Will Samson apresenta ao vivo Active Imagination este sábado em Lisboa

Sétimo álbum do cantor e compositor britânico, Active Imagination vai ser apresentado este sábado em Lisboa, no espaço BOTA, aos Anjos às 21h. Will Samson explica-o aqui.

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Will Samson Daisy Moseley

Nasceu em Oxford, no Reino Unido, em 29 de Dezembro de 1988, e desde Janeiro de 2022 reside em Portugal, em Almada. Chama-se Will Samson e teve uma vida nómada desde cedo, primeiro acompanhando os pais até à Austrália Ocidental, de onde regressou ao Reino Unido passados dez anos, viveu depois entre Oxford e Berlim, Brighton e Lisboa, Bruxelas e Bristol, cidade do sudoeste de Inglaterra onde gravou o sétimo álbum, Active Imagination, sucessor de Balance (2012), Animal Hands (2015), Ground Luminosity (2015), Welcome Oxigen (2017), Paralanguage (2019) e Flow State Mosaic (2021). Lançado este ano, Active Imagination tem vindo a ser apresentado ao vivo em várias cidades. Depois de Vila Real e do Porto, em dois concertos no âmbito do festival Sons em Palco Super Bock (nos dias 14 e 15 de Julho, respectivamente) chega este sábado a Lisboa, ao espaço BOTA (Base Organizada da Toca das Artes), aos Anjos, em Lisboa (21h) e em Agosto já tem pelo menos uma data marcada: será na Casa da Cultura de Setúbal, no sábado dia 13 (21h30).

“Estão a ser os meus primeiros concertos em dois anos, por causa da pandemia da covid-19, e eu já nem sabia o que ia sentir, ao voltar a palco”, diz Will Samson ao PÚBLICO. Mas tem sido fantástico. Agora, só quero continuar a tocar mais vezes, sempre que for possível.” O disco Active Imagination, do qual já foram publicados até à data três singles e videoclipes (Arpy, Shun e Echo Spring), tem selo da Human Chorus, editora criada pelo próprio músico e a sua gravação decorreu no período mais duro da pandemia, entre Janeiro e Dezembro de 2020, numa antiga fábrica de cerveja em Bristol. “Um espaço incrível”, diz Will. “Foi como se estivesse num estúdio caseiro. Aliás foi a primeira vez na minha vida que gravei fora de casa. Mas fez toda a diferença, porque tive de criar novas rotinas, saindo de casa todas as manhãs, e tornei-me obcecado por essas rotinas, onde me impus ir ao estúdio diariamente, sábados incluídos, só voltando a casa quando estava demasiado esfomeado para continuar.”

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Will Samson Gareth Jarvis

Todos os instrumentos e vozes foram gravados por ele, com coros de Rachael Dadd e com a parte de violino a cargo da violinista belga e sua antiga colaboradora Beatrijs De Klerck. A música, essa, é mais calorosa do que nos álbuns anteriores, desmultiplicando-se as vozes (dele e de Rachael Dadd) em harmonias. O que já sucedia, de certo modo, em Paralanguage, mas não desta maneira. “Paralanguage, para mim, representa uma síntese de toda a música que havia feito até aí, deixando-me livre para seguir outros caminhos. É evidente que há semelhanças, mas neste novo álbum eu quis ir mais além e assumir novos riscos criativos.”

Active Imagination, o título, corresponde a um sentimento real quanto à criação musical do álbum, diz. “Sim, sem dúvida. Neste álbum procuro explorar um sentido de pertença, porque foi o meu primeiro álbum feito em Inglaterra e em tempos estranhos, durante o confinamento ditado pela pandemia. Uma parte do álbum tem a ver com a dualidade entre sentirmo-nos estrangeiros e pertencentes a um lugar. Nesse período em que não podia ir a lugar algum, tentei explorar diferentes lugares num sonho lúcido, que as letras das minhas canções reflectem. Foi essa minha imaginação activa que gerou este álbum.” Mas há ainda outra marca: a do nomadismo que tem marcado a sua vida, por muitos lugares. “Penso que influencia, embora seja difícil explicar como. As minhas maiores influências são as pessoas que vou conhecendo nos mais diferentes lugares, faço sempre amizade com outros músicos nos sítios por onde vou passando. E isso tem um grande efeito na minha música.”

Numa entrevista a Fernando Gonçalves, do periódico online Body Space, em 2018, Will Samson dizia-se fascinado pelo “balanço entre o electrónico e o analógico”. Agora explica: “Tudo o que fiz até hoje combina o trabalho de máquinas com sons analógicos, explorando as relações harmónicas entre ambos. Os computadores tornam a nossa vida mais fácil, mas os instrumentos analógicos proporcionam-nos sons que não obtemos de outra maneira.”

Voltar a viver em Portugal tornou-se, para ele, “uma escolha óbvia”, afirma. “Desde que aqui vivi, já lá vão dez anos, que se apoderou de mim uma forte vontade de regressar, não sei porquê. A explicação mais simples pode ter a ver com o facto de eu ter vivido a infância na Austrália. E Portugal, com o clima e o mar, acaba por ser para mim uma segunda casa.” Há ainda outra razão, bem mais antiga: “Esta minha estranha ligação a Portugal tem também e ver com os meus ancestrais, que viveram em Kerala, numa parte da Índia então colonizada por Portugal. E isso acentua as minhas ligações, ainda que num tempo remoto.”

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A capa de Active Imagination

Celebrando os dez anos de carreira discográfica de Will Samson (a estreia, com Balance, data em 2012) Active Imagination foi primeiro lançado em CD e nas plataformas digitais e tem, desde o início de Julho, edição em vinil. Nos concertos programados para Portugal, Will Samson tem vindo a tocar com diferentes violinistas, na ausência da violinista belga Beatrijs De Klerck. No Porto, tocou com João Graça (dos Melech Mechaya) e em Vila Real com Helena Silva, que o acompanhará também em Lisboa. Mas não em Setúbal, em Agosto, por razões de agenda, juntando-se-lhe então um terceiro violinista, ainda por designar.

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