Cientistas de Aveiro criam satélites para alimentar estação lunar com energia solar

Neste momento, os investigadores estão já a construir o primeiro protótipo.

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ESA

Investigadores da Universidade de Aveiro estão a construir um conjunto de satélites que, uma vez colocados em órbita na Lua, visam captar a energia solar e transferi-la para uma estação lunar, de forma a garantir o seu funcionamento.

Em comunicado, a Universidade de Aveiro (UA) refere que o projecto, apoiado pela Agência Espacial Europeia (ESA), prevê a construção de um conjunto de satélites que, depois de colocados a orbitar a Lusa, consiga captar a energia solar e transferi-la para uma estação lunar de modo a “alimentar todo o respectivo funcionamento”. Neste momento, os investigadores do Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática (DETI), do Departamento de Física (DFis), do Instituto de Telecomunicações, do Instituto de Engenharia Eletrónica e Telemática de Aveiro (IEETA) e do Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO) estão já a construir o primeiro protótipo.

Citado no comunicado, o director do DETI, Nuno Borges de Carvalho, esclarece que o objectivo é “energizar a futura estação habitável a ser construída na face da Lua”. Os investigadores vão assim construir uma “constelação modular de satélites” que orbitará a Lua, passando directamente por cima da base lunar. Os planos prevêem que, sob luz solar directa, os painéis solares acoplados aos satélites permitam gerar electricidade “com maior eficiência do que os simples painéis solares usados hoje na Terra”.

“A energia será armazenada em baterias até o satélite estar mais próximo da estação lunar. Nesse ponto, a energia será irradiada para a estação lunar através de antenas e focalizada por lentes para reduzir as perdas por transbordamento”, acrescenta o investigador, destacando que assim será possível “fornecer energia para estações lunares, mesmo durante a longa noite lunar”. Nuno Borges de Carvalho salienta ainda que a captação de energia solar no espaço é “muito mais eficaz do que na Terra”.

“A nossa atmosfera filtra uma enorme quantidade de comprimentos de onda, o que não permite receber a energia na plenitude”, nota, lembrando que na Lua, por não haver atmosfera, não se coloca esse problema. Os investigadores ambicionam ainda que os mesmos satélites possam vir, um dia, a enviar energia não só para a estação lunar, mas para o planeta Terra.

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