ESA quer lançar uma constelação de satélites lunares

Iniciativa Moonlight incluirá uma constelação com pelo menos três satélites para ajudar em missões à Lua.

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Esta constelação de satélite poderá aumentar a precisão de navegação na Lua ESA

A Agência Espacial Europeia (ESA) propôs a criação de uma constelação “comercialmente viável” de satélites lunares, anunciou a agência. Esta iniciativa chama-se “Moonlight” e dois consórcios de empresas vão ser apoiados pelo ESA para que definam como se poderá fornecer serviços de telecomunicação e navegação para missões à Lua.

Esta iniciativa incluirá “uma constelação de pelo menos três, mas provavelmente mais, satélites de posicionamento e retransmissão para uma cobertura global”, de acordo com o site da BBC. Os consórcios escolhidos irão então sugerir as tecnologias necessárias para esta constelação em relatórios para a ESA. Depois, a agência irá fazer uma proposta definitiva para ser apresentada na sua reunião trienal de conselho de ministros no próximo ano, adianta ainda a BBC.

O primeiro consórcio é liderado pela empresa britânica Surrey Satellite Technology e inclui a fabricante de satélites Airbus, a fornecedora de rede de satélites SES (com sede no Luxemburgo), a Kongsberg Satellite Services (da Noruega), a Goonhilly Earth Station (do Reino Unido) e ainda a empresa de navegação por satélite GMV-NSL.

Já o segundo consórcio é coordenado pela empresa Telespazio (com sede em Itália) e conta com: a fabricante de satélites Thales Alenia Space (com sede em França); a operadora de satélites Inmarsat (do Reino Unido); a empresa canadiana de tecnologia espacial MDA; a empresa do ramo aeroespacial OHB Systems (na Alemanha); a operadora de satélites espanhola Hispasat; ou a italiana Aerospace Logistics Technology Engineering Company.

E o que permitirá esta constelação de satélites lunares? “Um serviço de comunicações e navegação lunar de confiança poderá permitir missões pousem onde queiram”, refere a ESA num comunicado sobre a iniciativa. E dá uma série de exemplos: radioastrónomos poderão instalar observatórios do outro lado da Lua ou os robôs poderão andar pela Lua de forma mais rápida. Também permitirá que veículos e astronautas na Lua saibam exactamente onde estão.

Além disso, a criação de um serviço de telecomunicações e navegação partilhados poderá vir a reduzir a complexidade e o custo de futuras missões espaciais, bem como melhorar a precisão da navegação na Lua. “A redução do preço dos bilhetes para a exploração lunar poderá capacitar um grupo alargado de Estados-membros da ESA a lançar as suas missões nacionais à Lua”, sugere-se no comunicado. Também facilitará as missões na Lua controladas a partir da Terra.

Da Lua para a Terra

Mas as tecnologias desenvolvidas não terão apenas um aproveitamento para a Lua. As tecnologias que forem desenvolvidas poderão depois ser usadas para criar novos serviços e produtos na Terra, o que permitirá “a criação de novos empregos e aumentar a prosperidade”, considera a ESA.

“Estamos a entrar numa nova fase: a exploração sistemática do nosso ‘oitavo continente’, a Lua”, considera David Parker, director de exploração robótica e humana da ESA, citado pela BBC. “A Lua é um repositório de 4500 milhões de anos da história do sistema solar, mas ainda mal começámos a desvendar os seus segredos. Desta forma, a Moonlight é algo que vemos tanto como empolgante como a infra-estrutura necessária para apoiar uma exploração sustentável da Lua.”

Há várias missões que estão planeadas para a Lua e prevê-se que no futuro possam existir viagens regulares para o satélite natural da Terra. Por exemplo, o programa Ártemis, da NASA, pretende voltar a levar humanos à Lua por volta de 2024. A ESA está a fornecer módulos de serviço a este programa, incluindo o módulo de comunicações ESPRIT para a Plataforma Orbital Lunar – Gateway, uma futura estação espacial internacional em órbita do satélite natural da Terra.

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