O Archi Summit vai abrir as portas do abandonado Palácio Ford, no Porto

O encontro internacional de arquitectura vai decorrer, entre 13 e 15 de Julho, no Palácio Ford (e não só). O regresso de Siza Vieira e a estreia do arquitecto japonês Go Hasegawa marcam a retoma do evento pós-pandemia.

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DR/Archi Summit

Decorridas três edições em Lisboa, e depois do interregno provocado pela pandemia, nos dias 13, 14 e 15 de Julho a 6.ª edição do Archi Summit vai ocupar o Palácio Ford, no Porto. A curadoria ficou a cargo do atelier Moncada Rangel, num evento onde, entre as diversas actividades ligadas à arquitectura, estão previstas visitas a obras de referência na cidade. Ao palco vão subir nomes como o japonês Go Hasegawa e os portugueses Fala Atelier e Álvaro Siza Vieira.

O Archi Summit “nasceu no Porto”, recorda Bruno Moreira, fundador e responsável pela organização, em conversa com o P3. Este ano, “regressa à cidade que o viu nascer”. “Depois de termos dois anos tão tristes em que não pudemos fazer acontecer o Summit, entendemos que talvez fosse uma forma de renovar o ciclo e trazermos [o evento] novamente ao Porto”, diz.

O local escolhido é o Palácio Ford, um antigo edifício na Rua do Heroísmo, que serviu para assistência às viaturas da marca Ford. “Nós temos um particular apreço por eleger locais que sejam imprevisíveis e que, de alguma forma, possam vir a sofrer uma intervenção no futuro”, explica. É o caso do Palácio, que deverá sofrer uma reabilitação, adianta Bruno Moreira. O programa desenhado pelo atelier Moncada Rangel será “único e original”, pensado para o edifício.

Ao longo de três dias, vão existir “exposições in loco, exposições fora do espaço do evento, conferências nacionais e internacionais com oradores que vêm de Espanha, Itália, Holanda, Bélgica e Japão”.

“O evento abre portas às 14 horas” porém, “de manhã, vão acontecer as visitas a obras” como o Estádio do Dragão, a Piscina das Marés e a Casa da Arquitectura. Uma iniciativa feita “timidamente na última edição [2019] como piloto, para este ano poder ser feita com mais energia”.

“Quem compra o bilhete tem acesso a todas estas visitas, independentemente do dia. Ou seja, não é porque comprei para o dia 13 que não posso fazer uma visita no dia 14”, explicita o responsável da organização.

O programa inclui ainda “sessões de apresentações de livros” — como o 04 Textos, de Siza Vieira — e discussões sobre “território, com as várias presidências das secções regionais da Ordem dos Arquitectos”.

Para o primeiro dia do Archi Summit, está ainda agendado “o lançamento do concurso de ideias para todo o quarteirão da cidade do Porto, pela secção regional norte da Ordem dos Arquitectos”. Trata-se de “uma área de 50.000 metros quadrados, entre o início da baixa do Porto e a estação de Campanhã”. “Vamos assistir, no dia 13, ao nascimento de um novo quarteirão no centro da cidade do Porto”, afirma o responsável pelo evento.

O tema da 6.ª edição é o “Impacto”, que tem por base a repercussão “da arquitectura nas cidades, sociedades, culturas e no meio ambiente”. O objectivo é perceber como é que a arte pode “reagir”. É através da reunião de diferentes perspectivas internacionais, proporcionada pelo Archi Summit, que “a arquitectura inova”, acredita o fundador.

A entrada é aberta a “qualquer curioso da área” e estão disponíveis bilhetes diários (21€) e passes para os três dias (49€).

Para além do regresso de Álvaro Siza Vieira, a presença de Fokke Moerel, em representação do gabinete holandês MVRDV, a par da estreia do japonês Go Hasegawa, são alguns dos destaques, numa edição que contará ainda com os portugueses OODA, Paulo Moreira, Fala, entre outros.

Texto editado por Mariana Durães

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