Há uma nova chuva de estrelas a entusiasmar os astrónomos. Mas é “um evento de tudo ou nada”

Os astrónomos estão entusiasmados com a possibilidade de haver uma nova chuva de estrelas na noite de segunda para terça-feira. Mas ainda não há certezas e a NASA diz que é “um evento de tudo ou nada”.

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O cometa 73P/Schwassmann-Wachmann foi descoberto em 1930 Andrew Catsaitis

Esta noite, a Terra vai passar no rasto de um cometa chamado 73P/Schwassmann-Wachmann, que se partiu em grandes fragmentos em 1995. Mas não é garantido que essa passagem origine uma nova chuva estrelas de estrelas, explica a Agência Espacial Norte-americana (NASA). O que vai ditar quão interessante poderá ser esta chuva de meteoros tão aguardada pelos astrónomos é a velocidade a que estes fragmentos foram ejectados.

Segundo a NASA, observações do Telescópio espacial Spitzer publicadas em 2009 indicam que os fragmentos se movem rápido o suficiente para chegar à Terra e produzir uma chuva de estrelas.

Contudo, ainda não há certezas. “Este vai ser um evento de tudo ou nada. Caso os destroços do SW3 se tenham movido a uma velocidade superior a 220 milhas por hora (cerca de 354 km/h) quando se separaram do cometa, poderemos ver uma bela chuva de meteoros. Caso os destroços tenham tido velocidades de ejecção mais lentas, então nada chegará à Terra e não haverá meteoros deste cometa”, explicou Bill Cooke, da NASA.

Como o pico da chuva de estrelas ocorre por volta da hora do nascer do sol em Portugal e a constelação do Boieiro, de onde irradiará a chuva de meteoros, estará nessa altura muito perto da linha do horizonte, a probabilidade de se ver alguma coisa é muito reduzida. Na América do Norte, pelo contrário, as condições são óptimas, dado que está Lua Nova e prevê-se que o fenómeno aconteça à uma da manhã na costa leste. É possível também acompanhar online, a partir das 5h00, no Virtual Telescope Project.

Uma nova chuva de estrelas é um evento relativamente raro, mas esta será a primeira vez que a Terra passa pelo material deste cometa. Quando foi descoberto em 1930 pelos astrónomos Arnold Schwassmann e Arno Arthur Wachmann, o cometa 73P/Schwassmann-Wachmann era uma bola de gelo que raramente produzia material suficiente para proporcionar espectáculos nocturnos, escreve o New York Times.

O cometa completa uma órbita à volta do Sol a cada 5,4 anos, mas era tão ténue que só nos anos 70 é que foi visto de novo. O interesse dos astrónomos disparou desde que o cometa se fragmentou, em 1995: quando se voltou a cruzar com a Terra em 2006 estava partido em quase 70 partes e continuou a fragmentar-se.

O nome desta potencial chuva de meteoros, Tau Herculídeas, advém, na verdade, de um equívoco. Inicialmente pensava-se que viria da zona do céu onde está a constelação Hércules — daí o nome, pois a atribuição das designações deste tipo de fenómeno baseia-se na constelação de onde parece irradiar —, mas mais tarde concluiu-se que afinal estará mais perto da constelação do Boieiro.

Todos os anos há cerca de 30 chuvas de meteoros, um tipo de fenómeno que acontece quando a Terra passa por um rasto de detritos deixados por um cometa ou asteróide e que se consegue ver a olho nu.

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