Palcos da semana

Lisboa de casas abertas e com muitas marionetas, o Porto (e outras cidades) a fazer mais um FITEI, Lourinhã entre livros e, nos coliseus, 30 anos de Tindersticks.

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Marta Pazos traz a sua leitura de Othello ao FITEI Estrella Melero
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Renaud Herbin participa no FIMFA com Quelque chose s’attendrit Benoit Schupp
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O ilustrador Nuno Saraiva participa no festival Livros a Oeste Rui Gaudêncio
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Os Tindersticks vêm celebrar 30 anos de carreira Fernando Veludo/NFactos
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Carpintarias de São Lázaro, um dos 69 espaços a visitar no Open House Lisboa Miguel Manso

FITEI com luto, disforia e prazer

Guilhermo Calderón mostra um Dragón tocado pelo drama da imigração. Marina Otero encena marcas deixadas no corpo em Fuck Me. Marta Pazos relê Othello à luz de questões de género, xenofobia e fake news. Pedro Vilela traz Figueiredo, uma palestra-performance sobre o genocídio indígena. Joana von Mayer Trindade & Hugo Cristóvão Calhim propõem uma Fecundação e Alívio Neste Chão Irredutível Onde com Gozo Me Insurjo. Nuno M. Cardoso leva a palco uma Orgia inspirada nas inquietações de Pasolini. Estes são alguns dos destaques de um FITEI - Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica alinhado “entre o luto, a disforia e o prazer”, nas palavras do programador, Gonçalo Amorim. No cartaz da 45.ª edição, centrada no Porto e estendida a três outras cidades, entram 16 espectáculos – três deles estreias nacionais, sete absolutas – bem como masterclasses, residências artísticas, workshops e outras actividades paralelas.

Marionetas entre o absurdo e o futuro

É no tom absurdo da oficina surreal montada por Claudio Stellato em Work que o FIMFA - Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas de Lisboa começa a Pensar o Futuro. Depois de dois anos a reinventar-se, foi esse o tema que escolheu para a sua 22.ª edição. Ao longo de mais de três semanas, invade nove espaços lisboetas com duas dezenas de criações, que podem ir dos robôs-bailarinos de Ugo Dehaes a uma performance de óptica de Renaud Herbin, passando pelas criaturas animatrónicas de Marta Cuscunà, pelo Frankestein da companhia Karyatides ou pelo cabaré queer-punk de Johanny Bert.

A Oeste, o vírus é outro

Depois de interromper a leitura em 2020 e se ter deixado folhear em formato híbrido em 2021, o festival literário Livros a Oeste volta ao modo totalmente presencial e pede emprestada a William S. Burroughs uma frase para lema da décima edição: A linguagem é um vírus. Afonso Cruz, Jorge Serafim, Lopito Feijóo, Mário Zambujal, Noiserv, Nuno Saraiva, Napoleão Mira, Rita Ferro, Rui Zink, Sérgio Godinho e Tony Tcheka fazem parte de um vasto lote de convidados que, como assinala o programador, João Morales, “não se restringe a romancistas, poetas ou ensaístas, antes privilegiando a capacidade de partilhar ideias e olhares distintivos e desafiantes”. Há espaço para tertúlias, sessões de poesia, oficinas, performances, leituras musicadas, teatro, debates, exposições, uma feira do livro, um dia dedicado a Saramago e até um microfone numa praça, aberto a quem queira partilhar umas palavras.

Trinta anos e uma orquestra

A digressão que tem levado os Tindersticks pelas estradas da Europa, à boleia da celebração dos seus 30 anos de carreira, está prestes a atingir Portugal, onde é longa e afectuosa a relação entre a banda britânica e os fãs que tem por cá. Aos palcos dos coliseus, Stuart A. Staples e comparsas trazem, além das canções escolhidas entre as mais marcantes dos discos, alguns convidados que participaram nalgum momento do seu percurso, sem esquecer os músicos da orquestra que os acompanha no périplo.

Interiores invisíveis

Um convite para “descobrir espaços de arquitectura exemplar em duas cidades”, com particular atenção ao interior dos edifícios e com A Rebeldia do Invisível como tema. Assim se apresenta mais um Open House Lisboa, que faz da arquitectura uma festa de visitas, percursos e passeios, nalguns casos com experiência expandida a concertos, instalações e desafios vários. Comissariada pelo atelier Aurora Arquitectos, esta 11.ª edição abre as portas de 69 locais (40 deles em estreia na iniciativa), “dos espaços privados aos públicos, contemporâneos ou históricos”, sem época, tipologia, função ou estilo que lhe escape ao alcance.

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