Governo prolonga situação de alerta até 31 de Maio e abre a porta a quarta dose da vacina entre 60 e 80 anos

Situação de alerta fica em vigor até às 23h59 de 31 de Maio. As medidas de combate à covid-19 mantêm-se inalteradas. A ministra da Saúde admite a possibilidade de os casos diários e a mortalidade por covid-19 continuarem a subir e diz que Governo está a equacionar a vacina para pessoas entre 60 e 80 anos.

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A informação foi avançada esta quinta-feira depois da reunião do Conselho de Ministros LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Governo prolongou a situação de alerta em todo o território nacional continental que terminava às 23h59 desta quinta-feira, até dia 31 de Maio, “mantendo-se inalteradas as medidas que estão actualmente em vigor”, informou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no final da reunião do Conselho de Ministros. A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou também que a administração da quarta dose da vacina contra a covid-19 está a ser equacionada para as pessoas entre os 60 e os 80 anos.

"O que é que está em dúvida? Se vai haver vacinação de reforço para o grupo etário entre os 60 e os 80 anos. A evidência de que dispomos não é ainda conclusiva. O que é que neste momento não está em cima da mesa? A vacinação abaixo dos 60 anos", disse.

No que toca à segunda dose de reforço para pessoas com mais de 80 anos, Marta Temido referiu que “o período óptimo”, segundo o parecer da Comissão Técnica de Vacinação Técnica contra a Covid-19 “irá ocorrer antes do início de Outono/Inverno de 2023”. Mas admite a possibilidade de antecipar esta data. “Estamos preparados para poder fazer alterações”, afirmou.

Questionada pelos jornalistas sobre se a subida dos casos diários de covid-19 e o fim do uso das máscaras em espaços interiores “preocupa o Governo”, a ministra da Saúde afirmou que se registou “um aumento da transmissão”, mas que “este facto não era inesperado”.

"Sabíamos que a circunstância de estarmos com uma doença que permanece em circulação, que tem elevada transmissão nos contextos de maior mobilidade, de nos aproximarmos do retomar da nossa vida normal, ia ter um impacto”, defendeu, relembrando que o aumento de casos se deve à prevalência de 20% da variante Ómicron que “é mais transmissível”, apesar de não existirem dados de que seja mais “gravoso”.

A ministra afirmou ainda que “vamos assistir a um continuar do crescimento” e possivelmente a uma “inversão do decréscimo da mortalidade específica por covid-19”, mas garantiu que “a situação mantém-se controlada”.

Sobre o fim da participação dos testes à covid-19 nas farmácias, Marta Temido sublinhou que “os testes realizados em farmácia não são a única forma de testagem” e que os testes adquiridos nas grandes superfícies “são uma metodologia de testagem válida e acessível”. Para a governante, a participação “deixou de ter cabimento” com o fim da obrigatoriedade de apresentação dos testes para acesso “a determinados espaços”.

A situação de alerta, que se caracteriza como “o nível mais baixo de resposta a situações de catástrofes”, segundo a Lei de Base da Protecção Civil, foi prolongada pelo Governo a 21 de Abril e está em vigor desde Fevereiro.

Em Abril, registaram-se 20 vezes mais casos diários de covid-19 em Portugal do que no mesmo mês do ano passado. Já esta quarta-feira, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) indicou que o número médio de infecções diárias subiu de 9474 para 11.153 e o índice de transmissibilidade, R(t), do SARS-CoV-2 estava em 1,07 a 29 de Abril, face aos 1,01 de dia 22 do mesmo mês.

Na última reunião ordinária do Conselho de Ministros, o Governo decidiu também limitar a obrigatoriedade do uso de máscara apenas a “locais caracterizados pela especial vulnerabilidade das pessoas que os frequentam”, como os estabelecimentos de saúde e “pela utilização intensiva” como os transportes públicos. Assim como acabou com “o regime de formulário de passageiros”, “as regras relativas à realização de testes” e a exigência do certificado digital para “acesso às estruturas residenciais” e “estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde”.

A conferência de imprensa desta quinta-feira decorreu no antigo Ministério do Mar, em Algés, e contou também com a presença do ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

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