Putin pede desculpa a Israel pelos comentários de Lavrov sobre Hitler ter “sangue judeu”

O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, aceitou o pedido de desculpas e disse ter dito a Putin para considerar a possibilidade de permitir a saída segura dos civis de Azovstal.

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Presidente da República russo, Vladimir Putin, conversou com o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett EPA/ALEKSEY NIKOLSKYI/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O Presidente russo, Vladimir Putin, pediu esta quinta-feira desculpa ao primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, pelos comentários do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, que sugeriu que Adolf Hitler teria ascendência judaica.

Bennett disse ter aceitado o pedido de desculpas e agradecido a Putin por clarificar a sua posição quanto ao assunto. Os dois líderes dialogaram por chamada telefónica.

O pedido de desculpas vem na sequência de comentários de Sergei Lavrov, que terça-feira disse que Adolf Hitler teria ascendência judaica para apoiar a tese de que a Ucrânia é controlada por um regime neonazi, mesmo tendo um descendente de judeus como Presidente.

“Se bem me lembro, e posso estar errado, Hitler também tinha sangue judeu. Isso não significa nada”, afirmou Lavrov na entrevista ao canal Mediaset.

O Governo israelita condenou de imediato as declarações e convocou o embaixador da Rússia para tirar satisfações.

“Mentiras como estas têm o objectivo de acusar os próprios judeus dos crimes mais horrorosos da História que foram cometidos precisamente contra eles”, disse então Naftali Bennett.

Depois da conversa telefónica desta quinta-feira, o primeiro-ministro de Israel informou ainda que pediu a Putin para considerar a possibilidade de permitir a retirada de civis da fábrica Azovstal, na cidade portuária de Mariupol. A sugestão foi feita

De acordo com o comunicado russo sobre a mesma conversa, que não faz menção ao pedido de desculpas pelas declarações de Sergei Lavrov, Putin terá afirmado que a Rússia está em condições de garantir a deslocação segura dos civis que se encontram no complexo industrial. Na noite de quarta-feira, o país anunciou um cessar-fogo de três dias na siderúrgica, abrindo um corredor humanitário para retirar civis.

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