Suspeita de juiz ter covid-19 leva ao adiamento das alegações finais do julgamento de Pedrógão

Membro do colectivo de juízes poderá estar infectado pelo novo coronavírus e está em isolamento a aguardar resultado do teste PCR. Juíza-presidente declarou sem efeito as sessões que iriam acontecer nesta quarta-feira e amanhã.

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No banco dos réus está o ex-presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves Daniel Rocha

O início das alegações finais do julgamento que procura apurar responsabilidades criminais nos incêndios de Pedrógão Grande estava marcada para esta quarta-feira, mas foi adiado por suspeitas de infecção pelo novo coronavírus de um dos membros do colectivo de juízes.

Na sessão que durou apenas alguns minutos, a juíza-presidente Maria Clara Santos, informou que um dos três magistrados está com sintomas e aguarda a realização de um teste de PCR. Para já, fica sem efeito a sessão desta quarta-feira, dia em que a procuradora do Ministério Público, Ana Mexia, iria alegar.

Considerando o tempo previsível para que seja conhecido o resultado do teste PCR, que será entre 24 e 48 horas, disse a juíza, fica também sem afeito a sessão marcada para quinta-feira.

Quanto à sessão agendada para segunda-feira, dia nove, Ana Clara Santos decide até ao final desta semana: caso dê positivo, o juiz só “estará autorizado pelas autoridades sanitárias a regressar ao trabalho” ao fim de sete dias de isolamento, o que significa que o julgamento só poderá ser retomado na próxima quarta-feira, dia 11. Caso o resultado seja negativo, as alegações finais arrancam segunda-feira.

O julgamento do processo dos incêndios de Pedrógão Grande, que provocou 66 vítimas mortais em Junho de 2017, começou há um ano e conta com 11 arguidos. Em causa estão crimes de homicídio por negligência e ofensa à integridade física.

No banco dos réus está o ex-presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que foi já condenado em primeira instância num outro processo relacionado com os incêndios de Pedrógão Grande, mas sobre a reconstrução indevida de casas.

São também arguidos o seu ex-vice-presidente, José Graça, a então responsável pelo gabinete florestal da autarquia, Margarida Gonçalves e o ainda presidente do município de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu.

Também o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, é arguido. Em julgamento estão igualmente três funcionários da Ascendi (José Revés, Ugo Berardinelli e Rogério Mota) e dois funcionários da antiga EDP Distribuição, (José Geria e Casimiro Pedro), empresa que mudou de nome para E-Redes.

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