Pablo Lapidusas, Pedro Luís e Domenico Lancellotti ao vivo no Som no Coreto

Terceira temporada do espaço Som no Coreto, com curadoria de Bernardo Lobo, abre este sábado, Dia Internacional do Jazz, com Pablo Lapidusas e anuncia para Maio Pedro Luís e Domenico Lancelloti.

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Trio de Pablo Lapidusas, Pedro Luís e Domenico Lancellotti DR/JORGE BISPO/DARYAN DORNELLES

A ideia nasceu durante a pandemia e por causa desta. Com as salas de espectáculos fechadas ou com utilização muito limitada, o cantor, compositor e violonista brasileiro Bernardo Lobo (também conhecido por Bena Lobo) abriu as portas do jardim da sua casa, no Restelo, a uma série de encontros musicais que deram origem ao projecto Som no Coreto. E por lá foram passando nomes como Ivan Lins, Daniel Jobim, Roberta Sá, Fred Martins, Rolando Semedo, Diego Figueiredo, Celeste Caramanna, Antônio Villeroy, Camila Masiso, João Ventura, Diogo Guanabara, Marco Oliveira, Luiz Caracol Marília Schanuel e Diogo Duque. Agora na terceira temporada, anuncia para este sábado, 30 de Abril, Dia Internacional do Jazz, uma actuação do P.L.I.N.T – Pablo Lapidusas Internacional Trio. Na agenda, para Maio, estão mais dois nomes da música popular brasileira: Pedro Luís, no dia 11 de Maio, e Domenico Lancelloti, no dia 14.

O trio de Pablo Lapidusas, pianista argentino radicado em Portugal que gravou com Bernardo Lobo o disco Zambujeira, lançado em finais de 2021, é composto por ele (piano), o baixista cubano Léo Espinosa e o baterista brasileiro Marcelo Araújo. Formado em 2014, tem dois álbuns editados: Live in Johannesburg (2015) e Bora (2018), este com o rapper brasileiro Marcelo D2.

Em 2018, estrearam um novo projecto com orquestra sinfónica, interpretando peças dos seus dois álbuns com orquestrações de Jaques Morelenbaum, Luis Figueiredo, Ehud Ettun e Rodrigo Morte. Já durante a pandemia, produziram o videoclipe de Huracán (realizado pelo produtor Joni Schwalbach), um tema que fará parte do novo álbum do trio, a lançar ainda este ano.

Quanto aos outros dois nomes em agenda, são ambos bem conhecidos do público português. Pedro Luís, carioca, fundador do grupo Pedro Luís e a Parede e do Monobloco, um dos maiores blocos de Carnaval do Brasil, lançou um primeiro álbum a solo em 2011, Tempo de Menino. Cantor, compositor, produtor e arranjador, começou na música com a trupe Asdrúbal Trouxe o Trombone, nos anos 1980 e integrou o grupo Urge, antes de criar Pedro Luís e a Parede. Em 2014 gravou um DVD a solo, Aposto, e em 2019 foi lançado um documentário sobre a sua vida e obra, intitulado O Astronauta Tupy, com realização de Pedro Bronz e produção da TvZERO. No Som do Coreto irá, segundo ele, apresentar “canções próprias, com ou sem parceiros” e também canções de autores que admira e que fazem parte da sua trajectória como autor e intérprete. Isso abrange canções como Caio no suingue, Noite severina, Fazê o quê, Miséria no Japão ou 4 Horizontes, todas elas do repertório de Pedro Luís e a Parede, mas também canções que ele compôs para outras vozes, como Deus há de ser (escrita para Elza Soares), Girando na renda e Braseiro (Roberta Sá), Tudo vale a pena (Fernanda Abreu), Girassol (Cidade Negra), Tem juízo mas não usa (Mart'nália) e Miséria SA (O Rappa). De outros autores, inclui no repertório canções como O mundo, de André Abujamra, Disritmia, de Martinho da Vila e uma rapsódia constituída por canções de Luiz Melodia como Estácio, eu e você, Pérola negra e Magrelinha.

A par da sua actuação no Som no Coreto, Pedro Luís participará também em espectáculos do projecto Rua das Pretas, o primeiro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa (dia 8 de Maio) e o segundo na Casa da Música, no Porto (dia 12), onde partilhará o palco com Pierre Aderne (criador e animador do projecto), Moacyr Luz e vários outros músicos convidados. No dia 21 de Maio, participará também numa Oficina para crianças, na Travessa das Letras, em Oeiras.

Quanto a Domenico Lancellotti, também nascido no Rio de Janeiro e actualmente a residir em Portugal, formou a banda de rock experimental Mulheres Que Dizem Sim, nos anos 90, o mesmo período em que começou a trabalhar com Moreno Veloso e Alexandre Kassin no projecto +2. Foi um dos fundadores da Orquestra Imperial e integrou ainda projectos como Os Ritmistas (com Stephane San Juan, Dany Roland e Zero Telles), Vamos Estar Fazendo (com Pedro Sá), e Meia Banda (este com Bruno di Lullo). Músico multi-instrumentista, cantor, compositor, performer, produtor e artista plástico, Domenico apresentará no Som no Coreto um concerto criado a partir de canções dos álbuns Imã, do projecto +2 (2009), The Good is a Big God (2018) e Raio (2021). A solo, gravou mais dois álbuns: Cine Privê (2011) e Serra dos Órgãos (2017).

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