Rua das Pretas volta ao Coliseu com Paulo de Carvalho e estreia-se no Porto com Tiago Nacarato e Luca Argel

Esta terça-feira em Lisboa e dia 21 no Porto, o projecto Rua das Pretas volta aos coliseus, com convidados: Paulo de Carvalho em Lisboa, Tiago Nacarato e Luca Argel no Porto

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A Rua das Pretas num videoclipe gravado no Coliseu de Lisboa: ao centro, a cantora Karla da Silva DR

No mês do Natal, o projecto Rua das Pretas regressa ao palco do Coliseu dos Recreios em Lisboa, esta terça-feira, para mais um espectáculo que é também um momento de convívio entre músicos e público. E irão pela primeira vez até ao Porto, onde actuarão no Coliseu Porto Ageas, no dia 21. Ambos os espectáculos serão às 21h e seguem as directrizes das autoridades de saúde no combate à pandemia.

Criado e dinamizado por Pierre Aderne, cantor e compositor brasileiro residente em Lisboa há vários anos, o projecto Rua das Pretas já deu origem a uma série televisiva, por sinal gravada no palco do Coliseu dos Recreios de Lisboa, numa parceria iniciada com um concerto em Junho de 2020 e aproveitando o período da pandemia para poder ali gravar em segurança. Esse processo, explica Pierre ao PÚBLICO, volta agora a repetir-se: “Vamos filmar de novo. E vamos fazer uma segunda temporada daquilo que a gente fez na RTP.” Começa esta terça-feira no Coliseu dos Recreios em Lisboa, com o núcleo permanente da Rua das Pretas (os músicos Pierre Aderne, Nilson Dourado, Walter Areia, Karla da Silva Joana Amendoeira, Nani Medeiros, João Pita e Rui Poço) e tendo por convidado o cantor e compositor Paulo de Carvalho, seguindo depois para o Porto, onde actuarão no Coliseu, na terça-feira seguinte (dia 21), onde terão como convidados Tiago Nacarato e Luca Argel.

Depois, mais dez coliseus

Essa alternância entre norte e sul manter-se-á no próximo ano, diz Pierre: “A gente regressa para Lisboa, no dia 18 de Janeiro, e a partir daí teremos dez coliseus, um por semana, intercalando Lisboa e Porto e alternando entre segundas e terças, por causa das agendas dos coliseus. E isso vai ser já naquele formato anterior, com o público em cima do palco, umas 400 pessoas, e vamos filmar isso tudo também. É a primeira vez que a gente faz no Porto, então vai ser bem interessante. E sempre chamando outras participações que não são do núcleo da residência. Em Lisboa e Porto, agora, haverá ainda umas surpresinhas que a gente não vai anunciar, tal como já sucedia nas noites do palacete do Príncipe Real.”

A anteceder estes concertos, os músicos têm mantidos os encontros regulares: “A gente se encontra muito na minha casa, naqueles saraus regulares que continuo fazendo.” E não só: no passado fim-de-semana fizeram nova residência artística, anunciada desta forma à imprensa: “Acordar, fazer café, compor, ensaiar, cozinhar e receber amigos da música, do vinho, da literatura e da cozinha portuguesa é a génese dos encontros na casa de Pierre Aderne em Lisboa, há 10 anos que levaram ao início da Rua das Pretas. Agora, tudo isto vai acontecer, amparados e abraçados pela cordilheira de montanhas da Arrábida.” Pierre explica: “É uma quinta muito antiga, do século XVII, que agora se chama Hotel Casa Palmela, que tem umas casinhas no meio das vinhas de moscatel. Ficámos lá, no estilo ‘sítio dos novos baianos’. Porque a turma que está na Ruas das Pretas há esse tempo todo são pessoas que se frequentam, são amigos, estamos sempre juntos. Esse é o espírito.”

Uma estrutura de circo

A par desta residência artística, foi lançado esta segunda-feira um single (e videoclipe) de um dos elementos do núcleo da Rua das Pretas, a cantora Karla da Silva, nascida no Rio de Janeiro (“no berço do samba, em Madureira”) e que vive há cinco anos no Douro. É uma versão de Não deixe o samba morrer, um clássico do cancioneiro popular brasileiro da autoria de Edson Conceição e Aloísio Silva, gravada ao vivo no Coliseu dos Recreios por Carlos Fuchs, e que fez parte do alinhamento da série televisiva Rua Das Pretas Coliseu. “A gente fez um esforço tremendo”, diz Pierre Aderne ao PÚBLICO, “para gravar todos os 12 concertos do Coliseu em multipista com Carlos Fuchs, esse grande engenheiro de som carioca que hoje mora no Porto e que trouxe o equipamento dele para o Coliseu. Então a gente vai ficar lançando singles, com maior foco nesses intervenientes: a Karla da Silva, a Nani Medeiros, a Joana Amendoeira.”

Nestes encontros, vão também procurar compor novos originais, para dar continuidade aos temas já gravados e que deram já origem a dois discos da Rua das Pretas, o mais recente dos quais foi Um Copo de Fado, Dois de Bossa Nova (2021). Além de prepararem álbuns a solo de todos os seus intervenientes. “A gente vai mesmo botar o bloco na rua, pra continuar. Durante a pandemia, criámos uma estrutura de circo, numa carrinha de nove lugares em que pudéssemos botar tudo para a gente pudesse tocar em vários lugares: som, luz, cenários, figurinos, produtores, músicos. A inspiração foi aquele filme do Cacá Diegues, Quando o Carnaval Chegar [1972].”

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