Nem muito fresco nem muito quente: Itália quer limitar ar condicionado para reduzir dependência da Rússia

A proposta do Governo de Mario Draghi vai ser discutida esta semana e poderá entrar em vigor no dia 1 de Maio.

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Se a proposta for aprovada, nos meses de Verão, os sistemas de ar condicionado vão estar limitados a uma temperatura média entre os 25 e os 27 graus Celsius Carlos Lindner

A Itália quer limitar a utilização de aparelhos de ar condicionado numa tentativa de reduzir a dependência energética russa.

A medida vai ser discutida esta semana no Parlamento italiano e, caso seja aprovada, entra em vigor no dia 1 de Maio e prolonga-se até Março de 2023, revela a Reuters.

“Perguntamo-nos se o preço do gás pode ser trocado pela paz. Perante estas duas coisas, o que preferimos: paz ou manter a calma com ar condicionado durante todo o Verão?”, afirmou o primeiro-ministro Mario Draghi numa conferência de imprensa no dia 6 de Abril, acrescentando que Itália concordaria com uma possível decisão da União Europeia sobre o cancelamento das importações de energia de Moscovo como resposta à invasão da Ucrânia.

Segundo a proposta, os aparelhos de ar condicionado vão deixar de estar ligados nos escritórios e edifícios públicos, espaços onde o consumo anual de energia atinge os 57%, escreve o jornal italiano Inter Napoli. Por enquanto, a medida não vai abranger hospitais, clínicas e lares de idosos.

Se a proposta for aprovada, nos meses de Verão, os sistemas de ar condicionado vão estar limitados a uma temperatura média entre os 25 e os 27 graus Celsius. No Inverno, o limite de aquecimento não pode ser superior a 21ºC.

A alteração representa uma poupança de cerca de quatro mil milhões de metros cúbicos de gás em 2022, estima o Governo italiano. As coimas para quem não cumprir vão dos 500 aos três mil euros.

“É justo que a administração pública dê um bom exemplo, reduzindo o desperdício e sensibilizando os cidadãos para a necessidade de racionalizar o consumo”, declarou a promotora da alteração, Angela Masi (do partido Movimento 5 Estrelas), citada pelo site de notícias Qui Finanza.

A Itália tem procurado alternativas à Rússia para suprir as suas necessidades energéticas. Para esta semana, o Governo vai assinar acordos de gás com Angola e República do Congo, revela o Inter Napoli.

O Governo de Draghi está também a procurar alternativas para poupar dinheiro na iluminação pública, que deverão incluir uma redução no número de candeeiros de rua ou o período de tempo em que emitem luz durante a noite.

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