Israel culpa os palestinianos e os palestinianos culpam Israel pelos incidentes da mesquita de Al Aqsa

O secretário de Estado norte-americano falou com Yair Lapid e Mahmoud Abbas sobre o caso para tentar acalmar os ânimos. Do rei jordano ouviu que as acções “unilaterais” de Israel debilitam as perspectivas da paz.

Foto
Um dos 152 feridos nos confrontos com a polícia israelita que invadiu o complexo da mesquita de Al Aqsa AMMAR AWAD/Reuters

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, conversou, esta terça-feira, com os líderes palestiniano e jordano e com o seu homólogo israelita para discutir a violência recente em Israel e na Cisjordânia que aumentou a tensão na região, disseram à Reuters fontes governamentais.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Yair Lapid, afirmou que pôs o chefe da diplomacia dos Estados Unidos a par dos esforços israelitas para assegurar a liberdade de culto em Jerusalém, depois da polícia antimotim de Israel ter entrado no complexo da mesquita de Al Aqsa na sexta-feira, o que resultou em pelo menos 152 palestinianos feridos.

Lapid culpou as “centenas de extremistas islâmicos” pelos tumultos e por espalharem desinformação que inflamam os ânimos.

“Disse ao @SecBlinken que Israel não tolera pedidos de apoio à violência e enfatizei a necessidade de apoio internacional para o regresso à calma em Jerusalém”, escreveu o ministro no Twitter.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, disse ao chefe da diplomacia dos Estados Unidos que os “ataques brutais” das forças e dos colonos israelitas no complexo da mesquita e as incursões israelitas nas cidades e aldeias palestinianas “conduzirão a consequências terríveis e insuportáveis”, de acordo com a agência de notícias palestiniana WAFA.

As forças de segurança israelitas estão em estado de alerta depois de uma série de atentados mortais árabes em várias cidades de Israel nas últimas duas semanas. Os confrontos na mesquita de Al Aqsa, na cidade velha de Jerusalém, representam um risco e abrem possibilidade de que se abra um novo confronto aberto entre israelitas e palestinianos, como no ano passado na guerra de Gaza.

Na conversa telefónica com o ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi, Blinken falou na importância de israelitas e palestinianos trabalharem para pôr fim à violência e se absterem de acções que façam escalar o conflito, explicou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price.

“O secretário Blinken enfatizou a importância de defender o statu quo histórico no Haram al-Sharif/Monte do Templo e o apreço pelo papel especial do reino hachemita da Jordânia como custódio dos lugares sagrados muçulmanos em Jerusalém”, acrescentou Price numa declaração.

O rei Abdullah da Jordânia afirmou que as acções “unilaterais” de Israel contra os fiéis na mesquita de Al Aqsa debilitam as perspectivas de paz na região, adiantou a imprensa pública jordana.

Sugerir correcção
Ler 6 comentários