Juros da dívida portuguesa a 10 anos sobem para novo máximo desde Dezembro de 2018

Futuras emissões de dívida pública serão mais caras, tendo em conta a crescente subida dos juros.

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Cristina Casalinho, presidente da agência que gere a dívida pública, terá de contar com juros mais altos Nuno Ferreira Santos

Os juros da dívida portuguesa estavam esta quinta-feira a subir a dois, cinco e 10 anos para novos máximos desde Maio de 2017, Outubro de 2017 e Dezembro de 2018, respectivamente, alinhados com os de Espanha, Grécia, Irlanda e Itália.

Às 08h25 em Lisboa, os juros a 10 anos avançavam para 1,773%, um máximo desde Dezembro de 2018, contra 1,760% na quarta-feira.

Neste prazo, os juros terminaram em terreno negativo nas sessões de 8, 11 e 15 de Janeiro de 2020 e atingiram o actual mínimo de sempre, de -0,059%, em 15 de Dezembro de 2020.

Os juros a cinco anos também subiam, para 1,087%, um máximo desde Outubro de 2017, contra 1,081% na quarta-feira, depois de terem recuado para o actual mínimo de sempre, de -0,506%, em 15 de Dezembro de 2020.

No mesmo sentido, os juros a dois anos avançavam, para 0,343%, um máximo desde Maio de 2017, contra 0,325% na quarta-feira e o mínimo de sempre, de -0,814%, em 29 de Novembro de 2021.

A antecipação de compras de dívida pública por parte do Banco Central Europeu e a possibilidade de esta instituição começar a subir as suas taxas de juro de referência, para controlar a inflação, bem como o impacto da guerra na Ucrânia, explicam a subida das dívidas soberanas.

A fonte dos dados é a Bloomberg Valores de bid (juros exigidos pelos investidores para comprarem dívida), comparativamente com o com fecho da última sessão.

O Governo apresentou esta quarta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2022, que prevê uma autorização para aumentar o endividamento líquido global directo até ao montante máximo de 16,2 mil milhões de euros.

No documento, o Governo reviu em baixa o crescimento real do PIB de 5,5% para 4,9%, face ao valor que tinha previsto em Novembro passado, explicado, essencialmente, pela projecção da evolução em alta da inflação para o corrente ano, que aumentou de um valor médio de 0,9% para 3,7%.

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