Na Polónia, Biden vai defender a luta entre “os princípios democráticos” e a Rússia

Presidente dos Estados Unidos vai reunir-se com o Presidente polaco e com ministros ucranianos da Defesa e dos Negócios Estrangeiros. Num discurso em Varsóvia, Biden vai salientar a união do “mundo livre” contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.

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Joe Biden com o Presidente polaco, Andrzej Duda Reuters/KACPER PEMPEL

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai centrar o debate sobre a oposição à invasão da Ucrânia pela Rússia como um combate entre o “mundo livre” e a “brutalidade” do regime russo, num discurso na Polónia, este sábado, no final de uma visita de três dias à Europa.

Antes de regressar a Washington, ainda este sábado, Biden irá encontrar-se com os ministros ucranianos da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, respectivamente Dmitro Kuleba e Oleksii Reznikov, naquela que será a sua primeira reunião face a face com altos responsáveis do Governo da Ucrânia desde o início da invasão russa.

Na sexta-feira, após reuniões de emergência com os aliados dos EUA no G7 (o grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo), na União Europeia e na NATO, Biden visitou as tropas norte-americanas estacionadas na Polónia, onde também salientou que o ponto central na guerra na Ucrânia é a luta “entre a democracia e a autocracia”.

A visita de três dias à Europa termina com uma reunião com o Presidente polaco, Andrzej Duda.

Segundo a Casa Branca, o discurso de Biden na Polónia vai ficar marcado por “comentários sobre os esforços do mundo livre para apoiar o povo ucraniano, sobre a responsabilização da Rússia pela brutalidade da guerra e pela defesa de um futuro assente em princípios democráticos”.

A Polónia esteve durante quatro décadas sob a influência da União Soviética, até 1989, e integrou o Pacto de Varsóvia — a aliança militar liderada pelos soviéticos em oposição à NATO. Hoje, é o maior dos antigos países comunistas que fazem parte da União Europeia e da Aliança Atlântica.

O crescimento do populismo de direita na Polónia, nos últimos anos, pôs os governos polacos em rota de colisão com a União Europeia e com os EUA, mas a ameaça da Rússia, nas proximidades da sua fronteira, levou o país a aproximar-se dos seus vizinhos ocidentais.

A eleição de Biden, em Novembro de 2020, deixou o Governo nacionalista polaco, do partido Lei e Justiça, numa posição desconfortável, depois de anos de boas relações com o ex-Presidente dos EUA, Donald Trump.

Mas as tensões com a Rússia já vinham de trás, e o Presidente Duda indicou que pretendia aproximar-se da Administração Biden ainda antes da invasão da Ucrânia. Em Dezembro, o Presidente polaco vetou uma proposta de lei que tinha como objectivo, segundo os críticos, silenciar o canal de notícias polaco TVN24, detido pelo grupo norte-americano Discovery.

Na reunião entre Biden e Duda, este sábado, é provável que os dois líderes acertem as suas diferenças em relação à melhor forma de reforçar as defesas ucranianas com aviões de combate.

No início do mês, a Casa Branca rejeitou uma proposta do Governo polaco para transferir caças MiG-29 para uma base norte-americana na Alemanha, com o objectivo de serem enviados para a Ucrânia. Segundo a Administração Biden, a manobra poderia ser entendida pela Rússia como um sinal do envolvimento directo da Polónia na guerra, o que poderia arrastar a NATO para o conflito.

Agora, a Polónia quer acelerar a compra de mísseis norte-americanos Patriot, caças F35 e tanques para o seu próprio equipamento de defesa, e pretende obter novas garantias de que a NATO não permitirá que o país seja atacado pela Rússia sem uma resposta dos seus aliados.

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