Depois do eSIM, é a vez do iSIM. Vodafone e Qualcomm demonstram tecnologia na Europa

Os iSIM prometem facilitar um mundo com cada vez mais aparelhos conectados — do smartphone ao frigorífico, passando pelo relógio inteligente.

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Os iSIM devem substituir os SIM nos próximos anos Andrey Metelev/Unsplash

Esta quarta-feira, a Vodafone, a fabricante de processadores Qualcomm e a Thales (uma gigante francesa que cria sistemas eléctricos e eletrónicos) mostraram que já é possível criar telemóveis com cartões SIM integrados (iSIM) que não ocupam espaço nos dispositivos — é uma alternativa aos tradicionais SIM removíveis ou electrónicos (eSIM). Além dos iSIM libertarem espaço nos telemóveis para baterias maiores, facilitam a chamada “internet das coisas” (a conexão de vários aparelhos ligados à Internet — IoT) e são mais seguros. Também requerem menos plástico, o que é uma mais-valia para o ambiente.

As três empresas demonstraram a tecnologia de iSIM nos laboratórios da Samsung na Europa num telemóvel Galaxy Z Flip 3, da operadora Vodafone, com um processador da Qualcomm. Tratou-se de uma “prova de conceito”, uma apresentação para mostrar a viabilidade de uma tecnologia. Em comunicado, as empresas explicam que a Europa foi escolhida como palco por se tratar de uma das regiões globais com maior penetração de smartphones.

Segundo as empresas, a tecnologia permite ao utilizador ter várias contas num só SIM e mais segurança. Os telemóveis também passam a ter “mais tempo de vida” e mais espaço.

SIM vs eSIM vs iSIM

O módulo de identificação de subscritores (a sigla inglesa para SIM) é um pequeno cartão de memória que armazena informação sobre o utilizador do telemóvel. São uma parte fundamental do Sistema Global de Comunicações Móveis (GSM na sigla inglesa). Cada SIM inclui um conjunto de dígitos específicos que permitem saber o país de origem e o operador do telemóvel. Este cartão também permite transferir facilmente os contactos de um aparelho para o outro.

Contrariamente ao SIM tradicional (inserido numa ranhura no telemóvel), o eSIM e o iSIM são cartões que estão integrados no próprio telemóvel. Uma das vantagens é que com menos partes removíveis, o telemóvel é menos sensível a pó e líquidos. A diferença entre ambos, é que o eSIM fica anexado ao processador do telemóvel (ou seja, ocupa um espaço físico), enquanto o iSIM é directamente integrado no processador.

Os iSIM são melhores para aparelhos mais pequenos (por exemplo: relógios, pulseiras, anéis inteligentes) que precisem de estar ligados à rede GSM para aceder à “Internet das Coisas” e não possam gastar espaço físico para um SIM.

Foi um dos pontos defendidos pelos executivos da Qualcomm, Vodafone e Thales esta quarta-feira. “O nosso objectivo é criar um mundo onde cada dispositivo se ligue de forma simples e sem falhas entre si, e onde o cliente tenha o controlo total”, sublinhou Alex Froment-Curtil, responsável pelo departamento comercial da Vodafone em comunicado.

“Algumas das áreas que mais beneficiarão da tecnologia iSIM incluem smartphones, portáteis, dispositivos de realidade virtual e sistemas IoT ao nível da indústria”, destacou, por sua vez, Enrico Salvatori, vice-presidente sénior na Qualcomm Europa.

Além de poupar espaço, a informação contida nos iSIM está mais protegida por estar directamente integrada no processador. Os iSIM e os eSIM também foram concebidos para aumentar a segurança dos dispositivos: um cartão que pode ser facilmente removido, pode ser facilmente manipulado.

A prova de conceito da Qualcomm, Thales e Vodafone foi feita com um telemóvel Samsung Galaxy Z Flip3 5G com processador Snapdragon 888 5G. O iSIM testado respeita as normas da GSMA, a associação do Sistema Global de Comunicações Móveis.

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