Queijaria Machado fecha em Lisboa: “não sobreviveu” à “instabilidade e incerteza que a pandemia trouxe”

A queijaria lisboeta abriu no Chiado durante a pandemia mas não conseguiu manter-se por causa das dificuldades que a covid-19 “trouxe e trará” aos negócios de turismo gastronómico. Mas João Machado, um dos sócios, tem esperança de que surja “uma nova oportunidade”.

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João Machado despediu-se dos seus clientes Nuno Ferreira Santos

Não resistiu à crise a Queijaria Machado, cuja abertura coincidira precisamente com a pandemia, a principal responsável pela falta de clientes no espaço lisboeta da Rua Vítor Cordon, 43, onde durante alguns meses se afinaram alguns dos melhores queijos do mundo.

João Machado dirigiu-se aos amantes de queijo com “uma mensagem triste”, mas “também de esperança”, a de fechar a queijaria com o seu apelido devido à “instabilidade e incerteza que a pandemia trouxe e trará aos negócios relacionados com turismo gastronómico”.

Nas prateleiras de madeira da queijaria, desfilaram mais de 100 referências — além dos queijos ingleses, holandeses, irlandeses, suíços, italianos, franceses, estiveram os portugueses, como o São Jorge, São Miguel, Beira Baixa maturado em pimentão, tipo Serra, Azeitão, Veludo de Cabra e outros.

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Nuno Ferreira Santos

Agora, na hora da despedida, João Machado deixa a porta entreaberta para um regresso. “A esperança terá que ser a última a morrer. Tudo iremos fazer para que exista uma nova oportunidade de estarmos novamente reunidos à volta do gosto pelo queijo”.

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Nuno Ferreira Santos

João, um dos sócios da queijaria, recorda as “muitas experiências positivas” dos últimos anos de actividade. “Pudemos testemunhar que embora Portugal não estivesse dentro dos países com maior tradição em queijo, como por exemplo a França ou a Itália, conseguimos inovar à escala mundial e trazer um conceito diferente de loja de venda de queijos que surpreendeu grande parte do público Nacional e Internacional que nos visitou”, refere, lembrando que a Queijaria Machado foi inclusive elogiada pela Guild of Fine Food (Organizadora do World Cheese Awards) e pela Academia de Queijo Inglesa como sendo a primeira loja a nível mundial com assinatura Cheese Concept Store — que configura pelo menos quatro valências num só espaço: afinação, venda ao balcão, provas e formação.

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