Uma dúzia de passos para embarcar nas Jornadas Europeias do Património

Este ano, vêm com um hashtag para reclamar, para todos, um Património Inclusivo e Diversificado. Mais uma vez, entidades de todo o país respondem com centenas de actividades. Sejam visitas, passeios, espectáculos ou exposições, entre 24 de Setembro e 3 de Outubro, o #patrimonioenosso.

Fotogaleria

A diversidade, que sempre foi a grande marca das Jornadas Europeias do Património, acerta o passo com a inclusão. Nesta edição, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) apelou a que as iniciativas procurassem “explorar e expandir o que habitualmente oferecem aos visitantes, alcançando e trabalhando com públicos mais diversos, procurando criar experiências abertas e acolhedoras destinadas a todas as pessoas”. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A diversidade, que sempre foi a grande marca das Jornadas Europeias do Património, acerta o passo com a inclusão. Nesta edição, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) apelou a que as iniciativas procurassem “explorar e expandir o que habitualmente oferecem aos visitantes, alcançando e trabalhando com públicos mais diversos, procurando criar experiências abertas e acolhedoras destinadas a todas as pessoas”. 

São muitas as instituições que reforçam as condições de acesso aos edifícios, colecções e actividades, que fazem adaptações relacionadas com o uso do tacto, versões em Braille ​e linguagem gestual ao vivo ou que expõem temas ligados a minorias.

Para a acessibilidade concorre também uma faceta acentuada pelos confinamentos: muitas das propostas estão à distância de um ecrã e podem ser seguidas online, sem necessidade de deslocação. 

Outra particularidade desta edição é o período em que se realiza. Normalmente concentradas num fim-de-semana (sexta a domingo), as jornadas estendem-se, em 2021, por mais de uma semana, para compensar a “interrupção” para as eleições autárquicas de 26 de Setembro.

São já mais de 600 as actividades alinhadas um pouco por todo o país. E o número continua a subir. Escolhemos algumas, numa dúzia de pontos do mapa, em vertentes diversas. São todas gratuitas, tal como a maioria das que compõem a rede (disponível na plataforma da DGPC). Recomenda-se rapidez a marcar lugar, já que muitas têm lotação limitada e/ou requerem inscrição prévia.

 

A dinâmica inclusiva reflecte-se no convite para Sentir o Património no Museu de Olaria, que promove uma oficina para grupos com necessidades educativas especiais. Está marcada para dia 24, das 10h às 14h30. No dia seguinte, o museu presta-se a um encontro de jogos de tabuleiro na sua ludoteca, entre as 14h30 e as 18h30. As inscrições realizam-se pelo número 253824741 ou pelos endereços servicoeducativo@cm-barcelos.pt (oficina) e arqueologia@cm-barcelos.pt (encontro). Também neste dia, mas fora de portas, o concelho convida a caminhar pelo Trilho do Monte do Facho, das 8h30 às 13h, ou passear de barca no rio Cávado, das 14h às 16h e das 16h às 18h. O pedido de presença deve ser endereçado a turismo@cm-barcelos.pt ou 253811882.

É com música e dança que o Vale do Varosa vê ressurgir Sangue Novo Veias Antigas, um projecto forjado na edição do ano passado, com o propósito de harmonizar o património com as artes e o passado com o presente. Dia 25, às 17h, a Academia de Música do Município de Tarouca e a escola de dança Ginasiano actuam no Mosteiro de São João; mais tarde, às 21h30, as vozes do grupo Amicitia Chorus ecoam na Igreja de São Pedro.

Durante toda a duração das Jornadas do Património (e mais além), as terras de Viriato propõem mais de 30 actividades para todas as idades e condições. Do centro histórico à Mata do Fontelo, passando pelos Jardins do Solar do Vinho do Dão, pela biblioteca e pelos oito museus municipais, os visitantes podem, por exemplo, usar o tacto para conhecer peças expostas no Museu do Quartzo (dinossauros incluídos), participar em várias oficinas ao ar livre, percorrer e descobrir a Rua Direita num jogo ou simplesmente a admirar as instalações de luz que ficam a enfeitar a cidade até ao final de Outubro. Todas as sugestões – e respectivas normas de participação – estão elencadas aqui.

A Torre dos Clérigos não falta à chamada. Mas, desta vez, além de receber visitas, promove uma sessão especial para cegos e amblíopes, em parceria com Acapo, a 30 de Setembro, às 15h (inscrição: info@torredosclerigos.pt). Já o Hospital de Santo António promove um percurso pelos corredores deste “lugar-chave da memória e vivência” da cidade (dias 24, 25, 1 e 2, das 15h às 16h). Também abre as portas da sua farmácia – ou melhor, da sua botica oitocentista – a visitas livres (dias 25 e 2, das 10h às 18h; dias 24 e 1, das 9h às 17h) ou orientadas, que dão direito a conhecer preparados medicinais de outros tempos (dias 24, 25, 1 e 2, das 11h às 12h). Inscrições em museudochp@chporto.min-saude.pt. E porque As Ruas Também São Nossas, o Centro de Estudos Interculturais organiza um percurso para dar a conhecer a cidade através da arte urbana inscrita nas suas artérias. O encontro está marcado para as 15h de 2 de Outubro, no Campo 24 Agosto – assim seja feita a inscrição pelo e-mail cei@iscap.ipp.pt.

O Teatro Municipal de Ourém acolhe, a 25 de Setembro, às 21h30, um concerto de Miramar, nome para a junção das guitarras de Peixe (ex-Ornatos Violeta e Pluto) e Frankie Chavez, com adição de imagens manipuladas ao vivo, em tempo real (reservas: bilheteira.tmo@mail.cm-ourem.pt). A 3 de Outubro, às 10h, há Caça ao Tesouro na Vila Medieval, um jogo para mergulhar na história local, qual “labirinto de perguntas e respostas”, recheado de pistas, enigmas e, claro, um tesouro-surpresa. Pelas ruas andará também, a partir das 16h30 do mesmo dia, a peça Nuno, Construtor de Liberdades, em que o grupo de teatro Apollo homenageia D. Nuno Álvares Pereira com a recriação histórica de quatro quadros da sua vida. O público vai com os actores, a partir da Casa do Administrador. Tanto a caça como a peça requerem inscrição (museu@mail.cm-ourem.pt). 

Os jardins do Palácio Nacional de Queluz iluminam-se entre trotes e músicas. O objectivo é recriar o ambiente das festas nocturnas que ali se realizavam no século XVIII, sob o olhar da família real. Entre as 20h e a meia-noite de 2 de Outubro, o monumento deixa-se enfeitar pela luz das velas (de LED) e outras luminárias. É neste cenário que, às 20h30 e 22h10, a Escola Portuguesa de Arte Equestre dá um “espectáculo que alia a beleza da equitação barroca à delicadeza dos jogos de água”, anuncia a Parques de Sintra. Às 21h, a soprano Nádia Fidalgo e a pianista Melissa Fontoura reúnem-se para um recital pautado por árias de ópera, canções napolitanas e citações de musicais. O bilhete normal custa 5€ (sendo grátis para crianças até seis anos) e pode ser adquirido aqui

O Teatro Romano mobiliza-se para dois passeios: um por Felicitas Iulia Olisipo, à procura de vestígios da ocupação romana (dia 25, às 10h30), e outro pela colina do castelo (dia 26, às 10h30), na senda da história de “uma Lisboa que sempre foi multiétnica, multilinguística e multiconfessional”. Já o Palácio Pimenta convida a Sentir Lisboa numa visita orientada à exposição Viagem ao Interior da Cidade (dia 25/9, às 14h30). O Museu de Santo António põe-se a andar numa espécie de viagem no tempo pela capital, ao encontro de Alfacinhas do Século XII - Muçulmanos, Judeus e Cristãos (dia 26, às 16h). Entretanto, Lisboa Sai do Armário num percurso com início no Largo de São Domingos (dia 25, às 16h), para revelar “personagens, espaços e histórias da comunidade LGBTI, desde o final da Idade Média até aos nossos dias”. A chamada a todas estas actividades é feita pelo Museu de Lisboa. Vale para maiores de dez anos e requer marcação (reservas@museudelisboa.pt).

A 25 de Setembro, às 10h, o Museu A Estação, em Pinhal Novo, aproveita a boleia para mais uma viagem por outro tipo de património: a memória dos caminhos-de-ferro. A bordo sobem as recordações e experiências partilhadas, na primeira pessoa, por antigos ferroviários. São eles os condutores de No Meu Tempo… Neste sábado, a tarefa cabe a Henrique Alcaçarenho, de 83 anos, que trabalhou como supervisor de via. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail patrimonio.cultural@cm-palmela.pt. Não é preciso pagar bilhete, mas a lotação é limitada. Se perder este comboio, marque já lugar num dos próximos: há mais duas sessões, a 16 de Outubro e 20 de Novembro. 

O convite é para vislumbrar pormenores das Ruínas Romanas de Tróia, primeiro com um dia aberto aos trabalhos arqueológicos e depois com uma visita guiada. Em qualquer dos casos, é uma “oportunidade de conhecer as inúmeras e surpreendentes descobertas, reveladas pelas escavações arqueológicas que decorrem desde Abril, deste que foi o maior complexo industrial de salga e conserva de peixe do Império Romano”, lembra a autarquia. Exemplos? Vestígios de uma hospedaria do século XVII e de calçada do XVIII. O dia aberto está agendado para 24 de Setembro, com sessões às 11h, 11h30, 14h30, 15h e 16h (inscrições: arqueologia@troiaresort.pt). A visita guiada acontece a 2 de Outubro, com partida às 9h30 da Câmara Municipal (marcações: 269450129 ou nucleo.saopedro@cm-grandola.pt)

O Museu Municipal de Olhão faz-se ao mar no caíque Bom Sucesso. Particularmente apontado a jovens entre os 12 e os 25 anos, este passeio interpretativo pretende “sensibilizar para o património cultural subjacente à paisagem da ria Formosa”. Solta amarras a 29 de Setembro, tendo como ponto de encontro o edifício do Compromisso Marítimo, às 14h30. Mais informações: museu@cm-olhao.pt.

Três obras de Buster Keaton acompanhadas ao vivo por oboé e guitarra. A cortesia é do Museu da Horta, no Faial. Tiago Marques e Zeca Sousa tocam os instrumentos; Tomás Melo encarrega-se das projecções. E assim se faz Cinema Mudo Musicado ao Vivo na Casa Manuel de Arriaga, a 30 de Setembro, às 21h30 (inscrição: 292293361). Dias antes, a ilha das Flores oferece jornadas para caminhantes. A 25 de Setembro, entre as 9h30 e as 13h30, um passeio pedestre vai dos Cedros à Ponta Ruiva, enveredando por caminhos rurais. Ao longo de quatro quilómetros, vão sendo explicadas “as particularidades culturais e ambientais presentes no trilho, as alterações da paisagem por força da intervenção humana que teve que ‘moldar’ a natureza às suas necessidades”. Organizado pelo Museu das Flores, o percurso é destinado a famílias, mas não recomendado a menores de 14 anos. Para entrar na rota, basta activar estes contactos: parque.natural.flores@azores.gov.pt ou 292542447.

No Funchal, o Palácio de São Lourenço enche-se de visitantes. A partir das 10h de dia 24 de Setembro, acolhe-os nas suas salas e nos seus jardins, deixando-os passear à vontade com recurso a guias que podem ser descarregados para qualquer smartphone. Às 15h, lembra-lhes que O Palácio É Nosso, numa visita comentada. Uma hora depois, escuta a Orquestra de Cordas do Conservatório da Madeira. Todos os pedidos de inscrição devem seguir para o número 291202530 ou para o e-mail gabrr.palacio@gmail.com. Para terminar numa nota doce, ainda que virtual, sugerimos uma visita online (e inclusiva) ao museu A Cidade do Açúcar, em busca da história do ciclo do “ouro branco”, que marcou a ilha entre os séculos XV e XIX (de 24 de Setembro a 3 de Outubro, às 9h).