Núcleo de Estudos de Geriatria lança campanha contra preconceitos na velhice

Marcelo Rebelo de Sousa, Adriano Moreira, Eunice Muñoz, José Jorge Letria, Ruy de Carvalho, Rui Nabeiro e Simone de Oliveira são algumas das figuras de renome que aceitaram dar o seu testemunho.

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"Os velhos de hoje são, na maioria, autónomos, sem compromisso cognitivo e sentem-se saudáveis" Unsplash/Matthew Bennett

O Núcleo de Estudos de Geriatria (Nergermi) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai lançar, este domingo, uma campanha de sensibilização com o objectivo de “alertar para os preconceitos existentes contra a velhice”.

A acção, denominada “Os Idosos são Valiosos”, vai ser dada a conhecer na véspera do Dia Mundial dos Avós e conta com a participação de 39 personalidades de diversos quadrantes da sociedade portuguesa e com a participação especial do Papa Francisco.

“A nossa espécie passou a viver muitos mais anos; a sociedade evoluiu. O conceito de que ser velho é ser doente e que a maioria dos velhos são doentes, dependentes e dementes, confirmou-se afinal como preconceito”, refere no comunicado o coordenador do Negermi, João Gorjão Clara.

No entanto, “os velhos de hoje são, na maioria, autónomos, sem compromisso cognitivo e sentem-se saudáveis”, acrescenta.

Marcelo Rebelo de Sousa, Adriano Moreira, Eunice Muñoz, José Jorge Letria, Ruy de Carvalho, Rui Nabeiro e Simone de Oliveira são algumas das figuras de renome que aceitaram dar o seu testemunho.

“A ideia chave, a ideia força desta campanha é valorizar o papel daqueles que mais experiência têm, que mais deram e receberam ao longo das suas vidas e que não podem ser esquecidos. Antes, devem ser valorizados”, frisa o Presidente da República para a campanha.

O médico geriatra João Gorjão Clara diz na nota que “o envelhecimento populacional provocou algumas perturbações nas sociedades ditas evoluídas”. Os idosos, continua o especialista, são “ignorados nas qualidades e conhecimentos com que uma longa vida os enriqueceu”, sendo marginalizados e até “violentados física e psicologicamente pela sociedade e muitas vezes pelos familiares”.

“Com esta iniciativa pretendemos também demonstrar que a especialidade de Geriatria não se limita apenas à intervenção na prevenção e tratamento das doenças, mas tem também o dever de se preocupar com o reconhecimento dos direitos, a defesa do bem-estar e da qualidade de vida dos idosos”, conclui Gorjão Clara.

A campanha será divulgada na RTP, na Rádio Renascença e nas redes sociais da SPMI.

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