EUA também vão impor novas sanções ao regime de Lukashenko
Washington diz que está a coordenar as novas sanções a membros-chave do Governo bielorrusso com a União Europeia, em resposta ao desvio do avião da Ryanair e à detenção de um jornalista.
Depois da União Europeia, a Administração Biden também anunciou, na sexta-feira, que está a preparar uma lista de sanções contra membros-chave do Governo bielorrusso, em resposta ao desvio de um avião comercial da Ryanair para deter um jornalista crítico do regime do Presidente Alexander Lukashenko.
Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, revelou que os Estados Unidos também vão suspender um acordo bilateral com a Bielorrússia, de 2019, que permite às transportadoras de ambos os países sobrevoarem os respectivos espaços aéreos.
Psaki exigiu ainda a Lukashenko que permita “uma investigação internacional credível” sobre o desvio do avião que ligava Atenas a Vilnius, e que foi escoltado até Minsk por um avião militar bielorrusso, pouco antes de chegar à capital da Lituânia.
A bordo da aeronave da Ryanair viajava o jornalista, activista político e crítico do regime Roman Protasevich, que foi detido pelas autoridades bielorrussas à chegada a Minsk. O Governo de Lukashenko diz, no entanto, que o motivo do desvio do avião esteve relacionado uma suspeita de bomba a bordo – uma narrativa rejeitada pela União Europeia e pelos EUA.
A porta-voz da Casa Branca disse que Washington está a trabalhar em conjunto com Bruxelas e com outros aliados para conceber uma lista de sanções contra membros do Governo bielorrusso “associados aos abusos de direitos humanos em curso e à corrupção” à fraude nas eleições presidenciais de Agosto do ano passado, e ao desvio do avião.
Na sequência dessas eleições – cujo resultado foi contestado pela oposição pró-democracia e não foi reconhecido pelos países Ocidentais – os EUA já tinham imposto sanções contra oito dirigentes bielorrussos.
O principal apoio ao Governo da Bielorrússia vem da Rússia. Na sexta-feira, o Presidente Vladimir Putin recebeu Alexander Lukashenko em Sochi, para mostrar aos EUA, à UE e ao próprio chefe de Estado bielorrusso que não está isolado.