Exportações caem 9,8% e importações recuam 17,2% em Janeiro

Análise do INE mostra que em 2020 o material de transporte, onde estão os automóveis e os aviões, foi a categoria com maiores decréscimos absolutos tanto nas nas exportações como nas importações.

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Pandemia de covid-19 tem provocado fortes efeitos no comércio internacional Reuters/AJENG DINAR ULFIANA

As exportações e as importações portuguesas de bens agravaram a quebra homóloga em Janeiro e recuaram 9,8% e 17,2%, respectivamente, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). De acordo com as estatísticas do comércio internacional do INE, “em Janeiro de 2021 as exportações e as importações de bens registaram variações homólogas nominais de -9,8% e -17,2%, respectivamente (-7,4% e -6,5%, pela mesma ordem, em Dezembro de 2020)”.

“Estas evoluções foram muito influenciadas pelos decréscimos acentuados das exportações e das importações de “combustíveis e lubrificantes” (-39,3% e -46,1%, respectivamente) e de “material de transporte (-10,9% e -26,4%, pela mesma ordem)”, refere o instituto estatístico. Excluindo “combustíveis e lubrificantes”, as exportações diminuíram 7,3% e as importações 12,6% (-3,4% e -2,6%, respectivamente, em Dezembro de 2020).

O défice da balança comercial de bens diminuiu 630 milhões de euros face ao mês homólogo de 2020, atingindo 834 milhões de euros em Janeiro de 2021. Excluindo “combustíveis e lubrificantes”, o défice diminuiu 377 milhões de euros, atingindo 600 milhões de euros.

Automóveis e aviões em destaque

Na análise do INE está incluída uma referência às contas de 2020, período em que o material de transporte “foi a categoria económica com maiores decréscimos absolutos” nas exportações e nas importações. No primeiro caso, a descida foi de 2,1 mil milhões de euros (-17,2%), com destaque para os “automóveis para transporte de passageiros” (só para a Alemanha foram menos 489 milhões de euros, muito provavelmente devido à Autoeuropa, fábrica da Volkswagen em Palmela).

No segundo caso, a queda chegou aos cinco mil milhões de euros (-33,6%), sobretudo na subcategoria de “outro material de transporte”, e no qual se incluem os aviões.

De acordo com o INE, as compras provenientes de França, onde está a Airbus, fornecedora de aviões à TAP, encolheram 1767 milhões de euros. Destaque ainda para o decréscimo das importações de automóveis de passageiros (-1458 milhões de euros), “sobretudo provenientes de França e da Alemanha (-554 milhões de euros e -487 milhões de euros, respectivamente)”.

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