Acções da Semapa subiram mais de 28% superando o valor da OPA

Grupo de Queiroz Pereira, que já detinha 72,69% do capital e 73,97% dos direitos, oferece 11,40 euros para controlar integralmente a empresa. Valor das acções atingiu os 12,20 euros na primeira sessão após o anúncio da oferta.

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daniel rocha

As acções da Semapa registaram esta sexta-feira uma forte valorização em bolsa, após o anúncio preliminar de oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela família Queiroz Pereira. As acções, que tinham iniciado a sessão a subir 21,26%, para 11,52 euros, encerraram esta sexta-feira a valer a 12,20 euros (mais 28,42% do que o valor de fecho de ontem), bem acima dos 11,40 euros oferecidos da oferta preliminar, divulgada após o fecho de mercado, na quinta-feira.

Durante a negociação desta sexta-feira, as acções chegaram a atingir a cotação máxima de 12,30 euros, tendo o montante transaccionado superado os 1,5 milhões de títulos, dados que revelam a expectativa dos investidores numa possível revisão em alta da contrapartida oferecida. De referir que a média da cotação da empresa que integra o PSI-20, o principal índice da bolsa de Lisboa, é de 6,32 euros, cerca de metade da valorização registada.

A Sodim SGPS, controlada pela família Queiroz Pereira, divulgou esta quinta-feira o anúncio preliminar de OPA “geral e voluntária” sobre o capital da Semapa, dia em que as acções desta empresa encerraram a negociação recuar 2,26%, para 9,5 euros.

A Semapa – Sociedade de Investimento e Gestão SGPS, cotada na bolsa de Lisboa desde 1995, tem actividade na indústria da pasta e papel (através da Navigator), no cimento (através da Secil) e ambiente (através da Etsa). As acções da Navigator também subiram, mas menos, encerrando a ganhar mais 4,59%, para 2,78 euros.

Actualmente, 72,69% do capital e 73,97% dos direitos de voto da Semapa são detidos pela Sodim e pela sua participada Cimo (71,9% do capital e 73,16% dos direitos de voto), e também pela Sociedade Agrícola da Quinta da Vialonga e pelas três filhas do falecido empresário Pedro Queiroz Pereira, que controlam a holding familiar.

O Bestinver é o segundo maior accionista, com 5,05% dos direitos de voto, e o Norges Bank detém outros 2,13%. Nas mãos de outros accionistas estão dispersos os restantes 18,85%.  

A gestão da Sodim, no anúncio preliminar, refere que o preço que tenciona oferecer representa “um prémio de 20%” sobre o valor de fecho do dia do anúncio (18 de Fevereiro), de 9,5 euros. E que representa ainda “um prémio de 37,2% ao preço médio ponderado” das acções da Semapa nos últimos seis meses na Euronext Lisboa.

“É condição de sucesso” da oferta agora dada a conhecer (que terá ainda ser registada na CMVM e pela reguladora validada), que a Sodim “passe a deter” fruto da OPA, “um mínimo de 90% dos direitos de voto” da Semapa. Caso os obtenha, a Sodim tenciona lançar uma oferta potestativa sobre o restante capital cotado que não detiver. E “ponderará se irá proceder a uma aquisição das acções da sociedade visada que permaneçam na titularidade de outros accionistas”. O resultado, caso seja bem sucedida, será a inevitável retirada da Semapa da negociação em bolsa.

Semapa e Sodim, recorde-se, estiveram no centro do conflito entre Pedro Queiroz e de Ricardo Salgado, cujas consequências contribuíram para a queda do GES e do BES. E foram alvo do acordo de divisão accionista dentro da família Queiroz Pereira, finalizado no final de 2013.  

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