Pedro Queiroz Pereira sela acordo de "separação" com irmã Maude Lagos

Questões jurídicas terão atrasado por alguns dias o acordo entre os dois irmãos, por envolverem activos da família.

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O presidente da Semapa, Pedro Queiroz Pereira Miguel Manso

Depois de a 1 de Novembro, ao fim de oito décadas, Pedro Queiroz Pereira e o Grupo Espírito Santo (GES) terem anunciado uma separação de águas (de descruzamento de posições accionistas), chegou a vez de Maude Queiroz Pereira firmar um acordo com o seu irmão, o actual presidente da Semapa.

O PÚBLICO apurou que o entendimento, que dá o controlo absoluto do grupo Semapa (Portucel/Secil) ao industrial, ficou concluído nas últimas horas após uma maratona de negociações sigilosas, cujos contornos não transpiraram cá para fora.

O pacto selado entre Pedro Queiroz Pereira e Ricardo Salgado, o presidente do GES — que comprou 7% da Espírito Santo Control detidos por Queiroz Pereira —, foi comunicado a 1 de Novembro, e envolveu ainda a família Carrelhas (herdeira de uma tia paterna de Pedro Queiroz Pereira), accionista minoritária do grupo industrial. Nessa altura, ficou estabelecido que Maude Lagos teria um mês para se entender com o irmão em termos idênticos, ou seja, exercer a opção de venda das acções de três subholdings. Para além de 40% da Cimipar, Maude possuía posições na Cimigest (18,5%) e na Sodim (4,9%), três sociedades que controlam a Semapa (Portucel e Secil) e os hotéis Ritz de Lisboa e Villa Magna (geridos nos últimos anos por Maude Lagos).

Questões jurídicas terão atrasado por alguns dias o acordo entre os dois irmãos, nomeadamente por envolver (para além das posições nas subholdings) outros activos da família. No início do diferendo, Maude reclamou 100 milhões de euros pelas suas participações, valor que terá sido alvo de negociação.

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