Graça Fonseca: “O Ministério da Cultura não tinha historial de atribuir apoios sociais”

Criticada durante o primeiro confinamento por não ter conseguido acudir às emergências dos profissionais da cultura com a robustez e a celeridade que a situação exigia, Graça Fonseca lembra que o seu ministério não tinha então qualquer experiência, infra-estrutura ou know how no âmbito dos apoios sociais. Desta vez os recursos financeiros deverão chegar mais depressa ao terreno: o apoio social de 438 euros já pode ser pedido e a ministra assegura que as candidaturas aos 42 milhões do programa Garantir Cultura ficarão disponíveis em Março.

Dias depois de fazer chegar ao Diário da República um novo pacote de apoios de emergência para a fragilizada área que tutela, Graça Fonseca assegura nesta entrevista ao PÚBLICO, feita através de uma plataforma digital, que a máquina do Ministério da Cultura (MC) passou o último ano a trabalhar em contra-relógio para evitar que o impacto da pandemia no tecido cultural e artístico, confrontado agora com um segundo confinamento total, seja ainda mais devastador. Dizendo-se empenhada em inscrever o sector como eixo estratégico do país, a ministra da Cultura não explica no entanto por que razão não conseguiu colocá-lo entre as prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de que praticamente não consta, empurrando agora para a sociedade civil a tarefa de alcançar esse objectivo nos 15 dias de consulta pública do documento. Mesmo tendo-se afastado do tão reivindicado 1% do Orçamento do Estado (OE), sublinha que conseguiu, nos três anos que já leva no Palácio da Ajuda, aumentar a dotação da Cultura em mais de cem milhões de euros. Sobre o futuro, reitera que a Câmara de Lisboa é um horizonte possível, embora não para já, e confessa que gostaria de dedicar-se à luta contra as ameaças de extrema-direita à saúde das democracias europeias. 

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