Conte demitiu-se de primeiro-ministro de Itália

O primeiro-ministro entregou a sua demissão ao Presidente Sergio Mattarella, que começa na quarta-feira a falar com os líderes partidários para formar novo Governo.

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O primeiro-ministro demissionário de Itália, Giuseppe Conte RICCARDO ANTIMIANI/EPA

Tal como tinha anunciado na segunda-feira, Giuseppe Conte entregou nesta terça-feira a sua demissão de primeiro-ministro ao Presidente italiano, Sergio Mattarella, que irá iniciar uma ronda de conversações com os líderes dos partidos políticos com assento parlamentar na quarta-feira para tentar encontrar uma fórmula para um novo executivo, de modo a não obrigar os italianos, no meio da pandemia, a ir às urnas em eleições antecipadas.

Sem a Itália Viva (IV), de Matteo Renzi, que decidiu retirar o seu apoio ao Governo de Conte, o primeiro-ministro tentou conseguir todas as fórmulas matemáticas para manter o executivo, mas, sem apoio político suficiente, acabou por apresentar mesmo a sua demissão, esperando que Mattarella, depois de todos os contactos com os outros líderes partidários e sem solução política à vista, lhe volte a pedir para formar executivo, o que seria o seu terceiro seguido.

Para um professor universitário desconhecido que chegou a primeiro-ministro porque era preciso uma figura apagada para liderar o Governo entre o partido anti-sistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a Liga, de extrema-direita, Conte tem-se mostrado suficientemente resiliente até para conseguir superar a jogada política de Matteo Salvini, o então ministro do Interior italiano, que tentou fazer cair a coligação para se aproveitar da popularidade que detinha na altura.

Não só Conte resistiu como acabou a formar um Governo mais à esquerda, apoiado pelo M5S, o Partido Democrático, de centro-esquerda, e o IV, de Renzi. Mas essa coligação acabou por cair nas últimas semanas, com a crise política desencadeada pelo IV por causa de divergências sobre a forma de aplicar o pacote de ajuda financeira de 209 mil milhões de euros do fundo de recuperação da União Europeia.

Na semana passada, Conte conseguiu superar duas moções de confiança e tentou formar uma nova coligação de apoio que lhe desse uma maioria estável para governar, mas as negociações foram infrutíferas, obrigando-o a entregar a sua demissão. Para já, Mattarella encarregou-o de se manter como primeiro-ministro interino, mas Conte ainda espera dar a volta por cima nesta crise política.

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