Morreu a jornalista Maria José Costa Félix

A também astróloga e autora fez parte do projecto da revista Xis, que chegou às bancas com o PÚBLICO entre 2001 e 2007.

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Maria José Costa Félix tinha 85 anos, mas "era uma pessoa sem idade" DR

A jornalista Maria José Costa Félix morreu esta quarta-feira, 25 de Novembro, aos 85 anos. O óbito foi divulgado pela Oficina do Livro, do Grupo LeYa, que, em comunicado e “com muita tristeza”, expressou “as mais sentidas condolências”.

Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria José Costa Félix frequentou o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, também em Lisboa, e, mais tarde, abraçou temas relacionados com a astrologia que, em contracorrente, casou com o jornalismo. “Nem a Xis era, nem eu era muito alternativa, mas a página [da Maria José Costa Félix] que tratava temas alternativos (como a astrologia) ia ao encontro de um público interessado”, contextualizou ao PÚBLICO Laurinda Alves, que dirigiu a revista nascida em 1999 e que, entre 2001 e 2007, saiu com o PÚBLICO. A também jornalista e autora lembra que isso era reflexo de “uma pessoa com muita liberdade interior”, capaz “de explorar um caminho muito próprio”.

Além da Xis, Maria José Costa Félix foi jornalista das revistas Espaço T Magazine, Marie Claire, Máxima e Viver com Saúde, tendo colaborado ainda com os jornais Semanário e Correio da Manhã. No âmbito da astrologia, dirigiu o suplemento do tema no semanário Se7e, sendo que também dava consultas privadas nesta área, há mais de três décadas.

Paralelamente e ao longo de quase 20 anos, Maria José Costa Félix publicou com a Oficina do Livro, sobretudo livros sobre temas relacionados com o bem-estar emocional. Estreou-se com Bem-Estar Interior, em 2002. Seguiram-se Mais e Melhor (2003), Vamos Falar de Amor? (2005), Sol e Lua de Mãos Dadas, Ajude o Seu Filho a Crescer em Paz (2008), Conheça Bem as Asas que Tem, Morrer e Renascer (2010), Atalhos do Amor (Estrela Polar, 2012) e Envelhecer sem Ficar Velho (2013). Em 2015, publicou o seu último livro na Oficina do Livro, Viver Com Doenças Sem Ser Doente.

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Maria José Costa Félix DR

Marta Ramires, que editou os últimos dois livros, recordou ao PÚBLICO que “foram dois trabalhos que deram muito prazer”. “A Maria José, mesmo com mais de 80 anos, era muito enérgica e empreendedora.” Além disso, a editora enaltece o facto de a autora “ser muito preocupada com os outros, atenciosa”. “Era uma amiga”, resume.

Em 2017, Maria José Costa Félix publicou, em edição privada, o seu livro de memórias a que deu o título Memórias Que Vieram Ter Comigo. Já sobre as recordações que deixou, Laurinda Alves lembra “a marca que caracterizava a Maria José” e que “era o seu entusiasmo pela vida”. “Sempre a conheci com um brilho nos olhos. E isso sempre me impressionou muito. Os olhos da Maria José brilhavam por tudo: pelos novos projectos, pelas pessoas que conhecia, pelos estudos de astrologia, por tudo”, sublinha ao PÚBLICO, avaliando que talvez por isso, na sua perspectiva nunca tenha envelhecido. “Era uma pessoa sem idade, que se ligava a pessoas de todas idades.”

A missa por Maria José Costa Félix, que teve cinco filhos e 13 netos, realiza-se nesta sexta-feira, dia 27, às 14h45, na Basílica da Estrela, em Lisboa.

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