Natalia Lafourcade é uma das vencedoras dos Grammy Latinos. Portugueses sem prémios

Camané e Mário Laginha estavam indicados na categoria de “Melhor Álbum de Raízes” em língua portuguesa e a cantora Maria Mendes estava indicada para o Grammy Latino de “Melhor Arranjo”, com um tema de Amália Rodrigues.

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Natalia Lafourcade REUTERS/Mario Anzuoni

Um ano após Rosalía fazer história como a primeira artista individual feminina em 13 anos a ganhar o prémio máximo nos Grammy Latinos, Natalia Lafourcade seguiu-lhe os passos com uma grande vitória neste ano. Os músicos portugueses Camané e Mário Laginha, bem como Maria Mendes estavam nomeados, mas não receberam qualquer distinção na noite de quinta-feira.

O fadista Camané e o pianista Mário Laginha estavam indicados na categoria de “Melhor Álbum de Raízes” em língua portuguesa, com o disco Aqui está-se sossegado, a partir do repertório de fado. Já a cantora de jazz Maria Mendes estava indicada para o Grammy Latino de “Melhor Arranjo”, com o tema Asas Fechadas, de Amália Rodrigues, que gravou no álbum Close to me, com John Beasley e a Metropole Orkest da Holanda, lançado em Outubro de 2019.

Um destaque lusófono: o rapper brasileiro Emicida venceu na categoria “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa”, com o álbum AmarElo.

Mas um dos maiores vencedores da cerimónia deste ano, em Miami, foi a cantora mexicana Natalia Lafourcade, que ganhou o álbum do ano com “Un Canto Por Mexico, Vol. 1”. Lafourcade ganhou três prémios no espectáculo, o mesmo que Rosalía e Carlos Vives. 

Lafourcade não participou nos Grammys Latinos, que foram transmitidos ao vivo e apresentaram uma série de espectáculos, na maioria pré-gravados devido à pandemia da covid-19. O espectáculo não teve um público ao vivo nem tapete vermelho, e algumas das actuações contaram com membros da banda e dançarinos com máscaras.

As vitórias de Lafourcade incluíram a melhor canção alternativa para En Cantos, numa colaboração com iLe, e a melhor canção regional para Mi Religion.

Rosalía ganhou os prémios durante a pré-transmissão da cerimónia, incluindo a melhor canção urbana e melhor desempenho de fusão urbana pelo êxito Yo X Ti, Tu X Mi, partilhando ambos os prémios com a co-estrela da canção, Ozuna. A artista também ganhou o melhor vídeo musical de curta-metragem com TKN, que apresenta com Travis Scott, e ajudou o rapper a ganhar um Grammy Latino antes de ganhar um Grammy tradicional.

Antes da vitória de Rosalía no álbum do ano, Shakira tinha sido a última mulher a solo a ganhar o prémio em 2006 com Fijación Oral Vol. 1.

Residente — o mais premiado da história dos Grammys latinos — continuou a série de vitórias, e levou para casa a canção do ano com René e a melhor canção de rap/hip-hop com Antes Que El Mundo Se Acabe.

Outros vencedores na quinta-feira foram Alejandro Sanz, que ganhou o disco do ano pela segunda vez consecutiva, graças a Contigo, canção de homenagem a Joaquin Sabina; Ricky Martin ganhou o melhor álbum vocal pop por Pausa; e Chiquis, filha da falecida cantora Jenni Rivera, ganhou o melhor álbum de banda com Playlist.

J Balvin e Bad Bunny, prontos para fazerem história depois de receberem 13 e nove nomeações cada um, arrecadaram apenas uma vitória. Bad Bunny ganhou a melhor actuação de reggaeton com Yo Perreo Sola e Balvin ganhou o melhor álbum de música urbana com Colores. Apesar das 13 nomeações, Balvin teve apenas uma hipótese de ganhar oito distinções, uma vez que competiu contra si próprio em múltiplas categorias.

Antes da actuação em palco, apareceram no grande ecrã da cerimónia imagens de eventos actuais, como os protestos do movimento Black Lives Matter, incluindo uma imagem de George Floyd, o afro-americano que morreu às mãos da polícia, o que desencadeou protestos nos Estados Unidos.

Lin-Manuel Miranda, vencedor nos Grammy, Emmy e Tony, deu início ao Grammy Latino com uma forte mensagem sobre a música latina, em espanhol e em inglês: “une-nos a todos e torna-nos humanos”. “Esta é a nossa noite”, acrescentou.

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