Concelhia do PSD-Lisboa vai a votos com autárquicas na mira

Paulo Ribeiro e Luís Newton são os dois candidatos que prometem unir o partido na capital.

Foto
A próxima liderança do PSD-Lisboa terá de preparar a campanha autárquica de 2021 Rui Gaudencio

As eleições da concelhia de Lisboa do PSD, a maior do partido, vão ser disputadas no próximo sábado, dia 11, entre Paulo Ribeiro, que se demitiu há um ano da comissão política da estrutura, e o líder do grupo social-democrata na Assembleia Municipal, Luís Newton. Ambos disputam passistas e rioistas entre os seus apoiantes e assumem dois objectivos: unir e mobilizar o partido para as autárquicas.

Com o lema “Lisboa merece melhor”, a candidatura de Paulo Ribeiro agrega dois nomes que têm estado em lados opostos: Nuno Morais Sarmento, vice-presidente de Rui Rio, é o mandatário, e Miguel Morgado, um passista crítico do líder do PSD, é o primeiro nome da lista.

Um ano depois de se ter demitido por causa de divergências em torno das escolhas de candidatos a deputados, Paulo Ribeiro volta a candidatar-se à comissão política concelhia, destacando no seu trabalho a agenda contra o metro circular em Lisboa, o desencadear do processo que levou à demissão do vereador bloquista Ricardo Robles, e a proposta de transladação de Sá Carneiro para o Panteão Nacional.

O candidato assume que “há a necessidade de mudar os rostos e os protagonistas” e de acabar com “casos, golpes, facções e grupos” para que a estrutura se mobilize em torno do processo autárquico. “Em dois anos temos de ser capazes de olhar com ambição de ganhar a Câmara de Lisboa”, afirmou ao PÚBLICO, alargando esse objectivo às juntas de freguesia. Das 24, o PSD só lidera quatro.

A mesma meta é também a de Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, e visado no processo judicial Tutti-Frutti, que investiga casos de corrupção autárquica no PSD e PS, no qual não foi ainda ouvido.

Reconhecendo que é o líder do PSD que vai assumir a escolha do candidato à Câmara de Lisboa, Luís Newton defende que a próxima concelhia “tem de ajudar a criar condições” para essa candidatura. O líder da bancada municipal do PSD assume que o partido “tem de aprender a lição de 2017”, quando a candidata Teresa Leal Coelho teve 11,2%, atrás do CDS, e não pode voltar a não criar condições para a campanha autárquica.

Ao seu lado, Newton tem a antiga ministra da Justiça de Passos Coelho, Paula Teixeira da Cruz, e José Luís Arnaut, que foi ministro no Governo de Durão Barroso. Questionado sobre se tem o apoio de Rodrigo Gonçalves, que é visto como tendo influência no voto dos militantes em Lisboa e que se afastou de Rui Rio, Luís Newton deu uma resposta abrangente. “Espero poder contar com o Rodrigo Gonçalves como com todos. Se não contar no dia das eleições espero contar no dia seguinte”, afirmou ao PÚBLICO.

Luís Newton apresenta-se, por isso, com o lema Unir Lisboa, e entre os seus apoiantes tem os restantes três presidentes de junta de freguesia de cor laranja: Fernando Ribeiro Rosa, Vasco Morgado e Fernando Braamcamp.

Na mira dos candidatos está a governação socialista de 14 anos da Câmara Municipal de Lisboa, um ciclo que se iniciou com o actual primeiro-ministro António Costa. Na última semana, Luís Newton destacou-se por sugerir a demissão de Fernando Medina depois de ter criticado publicamente as chefias de saúde em Lisboa.

No próximo sábado poderão votar quase 1900 militantes. 

Sugerir correcção