De Lisboa ao Alentejo, no chão levantado por Saramago
Passam dez anos sobre a morte de José Saramago e 40 anos sobre a primeira edição de Levantado do Chão, romance-símbolo do escritor que levantou o pó sobre a fome, miséria, crimes e atrocidades em solo nacional desde o princípio do século XX até à revolução. Uma ode aos trabalhadores e ao Alentejo, agora transformada em roteiro literário.
Por cada linha lida deste livro, levanta-se Saramago do chão, o escritor que há dez anos (faz esta quinta-feira, dia 18) deixou o mundo físico, mas mantém-se tão presente que por momentos se esquece a morte. Por Lavre, Santiago do Escoural ou São Cristóvão andou o único Nobel da Literatura português. Falou com Maria Saraiva (no livro, Maria Graniza), da mercearia, dormiu na Cooperativa Vento de Leste, almoçou com Mariana e João Besuga, que empunharam a missão de estender sempre mais um prato à mesa enquanto houvesse reforma agrária, e que estenderam também a José Saramago, durante a sua residência literária.