“Em vez de uma economia que controla a política, temos de ter uma política que controle a economia”

Para Viriato Soromenho-Marques, vive-se hoje “numa tensão entre uma inteligência artificial crescente e uma estupidez natural também crescente”. Defensor das causas ambientais, é uma das vozes que há mais tempo vem alertando para as alterações climáticas.

Foto

Catedrático de Filosofia da Universidade de Lisboa, Viriato Soromenho-Marques é uma das vozes mais autorizadas, em Portugal e no estrangeiro, quando se pensa em questões ambientais e alterações climáticas nas últimas décadas. Ao longo dos anos foi uma voz de alerta permanente — em diferentes papéis, da academia a fóruns e organizações internacionais, passando pelo activismo ambiental — no sentido da tomada de consciência para os complexos problemas que aí viriam. Mas nem ele, confessa nesta entrevista, conseguiu evitar a surpresa pelo facto de as alterações climáticas terem sido muito mais rápidas do que previra. Hoje preocupa-o o que podem fazer as universidades para enfrentar ou minimizar estas intricadas questões sem paralelo na história da humanidade, afirma, ao mesmo tempo que proclama que a economia e a política são vectores absolutamente indissociáveis para as tentar resolver. Sobre o Governo português, refere que existem aspectos positivos na sua actuação, mas também negativos, com o aeroporto do Montijo no centro das críticas. Em plena época do Antropoceno, preocupa-o tanto os cenários de urgência climática como a possibilidade de conflitos político-militares. “Está tudo ligado”, garante.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 18 comentários