Bolsa de Xangai recua 8% e revela receios sobre impacto do coronavírus

Os investidores mostram-se receosos dos efeitos do vírus na economia chinesa e mundial. Na Europa, as bolsas variam entre perdas ligeiras e ganhos próximos de zero.

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Em Xangai, as empresas de transporte e as corretoras registaram as maiores descidas EPA/JEROME FAVRE

A bolsa de Xangai fechou nesta segunda-feira com uma descida muito acentuada, próxima de 8%, a maior descida desde o Verão de 2015. Foi a primeira sessão bolsista depois das celebrações do Novo Ano chinês e da paragem decidida na sequência da crise desencadeada pelo coronavírus.

Apesar de Pequim estar a tentar conter os efeitos negativos e de o banco central chinês ter injectado o correspondente a 156 mil milhões de euros no sistema financeiro, os investidores permanecem receosos dos efeitos económicos que a propagação do vírus está a ter na China e a nível mundial — Pequim confirmou que o vírus contagiou 17.221 pessoas (17.389 à escala mundial) e que já morreram 361 pessoas na China.

A bolsa de Xangai estava encerrada desde 24 de Janeiro, o dia seguinte ao início da quarentena na cidade de Wuhan, epicentro a propagação do vírus, e com o regresso à negociação, o índice CSI 300 registou uma descida a pique. Chegou a cair 9% durante esta segunda-feira — com 80% dos títulos a baixarem mais de 10% —, registando a descida mais acentuada em 13 anos num regresso à bolsa após as celebrações do Ano Novo.

Quase todos os sectores de actividade caíram e foi entre as empresas de transporte e as corretoras que se registaram as maiores descidas, refere o jornal South China Morning Post, de Hong Kong. Ao todo, com esta trajectória, o mercado assistiu a uma desvalorização que equivale a 358 mil milhões de dólares (323,9 mil milhões de euros), refere o jornal britânico Financial Times a partir de dados da agência Bloomberg. Tal como Xangai, também a bolsa de Shenzhen sofreu uma descida próxima de 8%, a mais acentuada desde 2015.

Apesar dos apelos de Pequim, algumas empresas tecnológicas chinesas estão a manter as operações nas suas fábricas, como é o caso da Huawei, que retomou a actividade após o Ano Novo chinês, com a maior produção a funcionar em Dongguan, na província de Guangdong, refere a Reuters.

Na Europa, os mercados estão tranquilos, variando entre perdas contidas e subidas muito ligeiras. Durante a manhã, Frankfurt estava com uma variação positiva de 0,1%, Paris também está com uma subida de apenas 0,08%. O mesmo acontecia com Madrid, a registar 0,07%, com Amesterdão (0,09%) e com Bruxelas (0,06%). Lisboa recuava 0,77%, Milão avançava 0,31% e Londres subia 0,39%, por volta das 10h30.

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