Dormidas de turistas em Portugal crescem acima da UE

Primeira estimativa aponta para uma subida de 2,4% na União Europeia, quando em Portugal o aumento foi de 3,4%.

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Paulo Pimenta

Apesar da tendência de abrandamento na taxa de crescimento do turismo em Portugal, a subida registada permite ao país crescer acima da média da União Europeia (UE). De acordo com os dados disponibilizados esta segunda-feira pelo gabinete europeu de estatísticas, o Eurostat, o número de dormidas em 2019 terá tido uma subida de 3,4% (para 76,9 milhões), taxa que compara com os 2,4% da média da UE (superando os 3200 milhões).

“Desde 2009, registou-se um aumento constante do número de dormidas em estabelecimentos turísticos na UE, especialmente devido ao aumento das dormidas de não residentes no país visitado”, destaca, por sua vez, o comunicado enviado pela Comissão Europeia.

Segundo aquela que é a primeira estimativa do Eurostat para o ano passado, e que incluí as dormidas de negócios ou de lazer (o número de turistas será necessariamente inferior), Portugal está no grupo onde a maioria das pernoitas são de estrangeiros (66% do total, quando a média da UE é de 47%). Aqui, a liderança cabe a Malta (95%), seguindo-se países como Chipre (94%) e Croácia (92%).

No sentido contrário estão mercados como a Roménia, com a maior fatia de noites a caber aos residentes (83%), seguindo-se a Alemanha e a Polónia (ambos com 80%).

Já em número absolutos, a liderança cabe à Espanha, com 469 milhões de dormidas (uma ligeira subida de 0,5% face a 2018), seguida de perto pela França, com 446 milhões (mais 0,8%), e pela Alemanha, com 436 milhões (mais 4%).

Os últimos dados oficiais do sector do alojamento turístico em Portugal, disponibilizados pelo INE, dizem respeito aos 11 primeiros meses do ano, período em dormidas aumentaram 3,9%, com os residentes a crescer 6,3% os não residentes 3%. As receitas tiveram também uma subida, chegando aos 4071 milhões de euros (mais 7,2%), mas o tempo de estada média sofreu uma quebra, descendo 3%, para 2,6 noites.

E, segundo os dados do banco central, entre Janeiro e Outubro o saldo da rubrica de viagens e turismo subiu 4,5%, para os 11.563 milhões (as exportações de turismo chegaram aos 16.155 milhões, o equivalente a 20,3% de todas as vendas ao exterior, prevendo-se que um novo recorde seja batido este ano).

Perspectivas e incógnitas para 2020

No dia 20 de Janeiro, a Organização Mundial do Turismo (OMT), organismo ligado às Nações Unidas, afirmou que o turismo internacional tinha voltado a crescer em 2019, o que sucede de forma consecutiva pela décima vez.

De acordo com a OMT, registaram-se 1,5 mil milhões de chegadas de turistas internacionais, o que representa uma subida de 4% (valor abaixo do registado no ano anterior), num ambiente de alguma incerteza política e económica. Esta taxa é a mesma que está prevista para este ano mas está sempre dependente de diversos factores. Neste momento, a maior incógnita é o impacto do novo coronavírus, na China e no resto do mundo.

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