CES critica falhas e incoerência das Grandes Opções do Plano

O Conselho Económico e Social recomenda ao Governo o reforço da coerência entre a estratégia prevista na proposta de Grandes Opções do Plano (GOP) e as medidas incluídas no Orçamento do Estado.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Conselho Económico e Social (CES), presidido por Correia de Campos, recomendou ao Governo o reforço da coerência entre a estratégia de desenvolvimento constante na proposta de Grandes Opções do Plano (GOP) e o Orçamento do Estado para 2020.

De acordo com o parecer emitido pelo CES relativamente à proposta de GOP que o Governo lhe enviou em Novembro, o documento do executivo apresenta “inconsistências várias”, nomeadamente a “ausência de enquadramento orçamental para viabilizar aquela estratégia”.

“Recomenda-se que tal possa ficar resolvido pela harmonização, na fase da proposta do Orçamento do Estado”, diz o parecer aprovado pelo plenário do CES.

O CES criticou ainda a falta de enquadramento nacional e internacional e o cenário macroeconómico nas GOP, o que “concorre para o acentuar de riscos da não credibilização das políticas públicas”.

O Conselho Económico defendeu a necessidade de “haver uma política mais assumida sobre a valorização do trabalho como elemento determinante e transversal de um desenvolvimento económico que promova uma mais justa distribuição da riqueza e a melhoria das condições de vida dos portugueses”.

Salientou “a necessidade de uma política que permita que o rendimento médio de cada português melhore nos próximos anos, sendo fundamental o reforço do diálogo social, nomeadamente da contratação colectiva”.

No seu parecer, o CES defendeu ainda que deve ser dada prioridade às políticas públicas de combate à pobreza, porque considera preocupante que 17,2% da população esteja em risco de pobreza.

“A desigualdade de oportunidades verificada em termos sociais e económicos e ao longo do território, também referida nas GOP, deve merecer igualmente o foco das políticas públicas”, considerou ainda o CES, recomendando que se proceda ao estudo da implantação territorial de serviços públicos.

O CES salientou a importância das políticas de mitigação das alterações climáticas e defendeu a importância das políticas incentivadoras do uso dos transportes públicos.

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