Parlamento aprova votos do PS, PAN e BE de saudação à greve climática estudantil

Chega e CDS estiveram contra os textos propostos por PAN e BE

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André Silva, do PAN, anunciou a entrega de um projecto de lei para uma lei de bases do clima Nuno Ferreira Santos

O PAN deu entrada no Parlamento a uma lei de bases do clima, uma “lei reforçada que garante o cumprimento das metas de descarbonização” e “capacidade à Assembleia da República de fiscalização”. O anúncio foi feito pelo deputado André Silva, numa intervenção esta manhã no Parlamento a propósito dos votos de saudação à greve climática estudantil, que decorre nesta sexta-feira. Os votos do PS, PAN e BE foram aprovados, mas com diferentes posições no centro-direita.

O CDS absteve-se e o Chega votou contra o texto do PS, mas os dois partidos estiveram contra o texto do PAN e do BE enquanto as restantes bancadas estiveram a favor. A Iniciativa Liberal absteve-se só no voto do PAN. Já a saudação proposta pelo BE mereceu o voto contra da Iniciativa Liberal, a abstenção do PSD e os votos favoráveis das restantes bancadas.

O debate que precedeu as votações - que não dá direito a intervenção dos deputados únicos - foi marcado por um alinhamento das bancadas sobre a necessidade de enfrentar o problema e de tomar medidas. Só o centrista Telmo Correia destoou do alinhamento das bancadas sobre a matéria ao criticar o “vergonhoso aproveitamento de partidos políticos”, sem identificar essas forças políticas, depois de assumir que não acompanha as “soluções mais radicais”. Telmo Correia defendeu que “ambiente e desenvolvimento não podem ser incompatíveis” e disse ver como “positivo a preocupação das novas gerações” com esta matéria.

O deputado socialista Miguel Costa Matos referiu a necessidade de “fazer mais e melhor” e de “continuar a liderar o esforço de descarbonizar a economia”, salientando medidas favoráveis já tomadas pelo Governo como a redução do preço dos passes sociais.

Hugo Carvalho, do PSD, considerou que a “emergência climática é uma evidência” e ambicionou um mundo em que “seja normal reutilizar mais e utilizar menos, mais captação e menos emissão”. O bloquista Nelson Peralta, por seu turno, salientou um aspecto de justiça social, lembrando que “quem mais sofre com as alterações climáticas são as camadas mais pobres” da sociedade.

Depois da deputada de Os Verdes, Mariana Silva, ter reclamado esta bandeira para o seu partido – “sejam bem-vindos a esta batalha que é de todos” – a comunista Alma Rivera defendeu que “é preciso avançar para medidas concretas”. “O sistema capitalista explora as pessoas e os recursos”, afirmou.

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