Família mórmon de nove crianças e mulheres morre em ataques no México

As vítimas são cidadãos norte-americanos que pertenciam a uma comunidade mórmon que se estabeleceu na região há várias décadas. As suspeitas apontam para que os ataques tenham sido perpetrados por membros de um cartel de droga mexicano.

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Familiares e amigos choram a morte da família assassinada em Bavispe Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ
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Destroços de um dos veículos incendiados em Bavispe Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ
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Destroços de um dos veículos incendiados em Bavispe Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ
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Vista do interior de um dos carros atacados em Bavispe Reuters/JOSE LUIS GONZALEZ
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Christina Marie Langford Johnson e a filha Faith Marie, mortas no ataque Reuters/Courtesy Aaron Staddon

Pelo menos nove pessoas com cidadania norte-americana, entre as quais seis crianças e três mulheres, foram assassinadas em dois ataques, esta segunda-feira, no Norte do México. Entre as vítimas mortais estão dois bebés com menos de um ano de idade. As vítimas pertenciam a uma comunidade mórmon que se estabeleceu na região há várias décadas. As suspeitas apontam para que os ataques tenham sido perpetrados por membros de um cartel de droga mexicano.

A família tinha partido da cidade de Bavispe, no estado de Sonora (perto da fronteira com os Estados Unidos), em três veículos distintos, tendo como destino o estado de Chihuahua. Durante a viagem, as nove pessoas foram alvo de uma emboscada, quando dois grupos de homens armados começaram a disparar sobre os carros em dois ataques distintos. Alex e Julian LeBaron, familiares das vítimas, declararam à agência Reuters que seis crianças e as respectivas mães morreram durante o “massacre”.

Julian LeBaron​ adiantou ainda ao The New York Times que o primeiro ataque ocorreu quando Rhonita Miller, uma das mulheres que morreram, se dirigia a Phoenix e foi atacada por vários homens armados que começaram a disparar sobre ela e os seus filhos (um rapaz de 11 anos, uma menina de nove e dois gémeos com menos de um ano), tendo incendiado depois o veículo onde os cinco seguiam. O carro foi encontrado na berma da estrada.

Momentos depois, a cerca de 13 quilómetros de distância do primeiro ataque, dois outros carros terão sido também atacados por vários homens, causando a morte a duas mulheres (Dawna Ray Langford e Christina Langford Johnson) e duas crianças (uma de quatro anos e outra de seis).

Outras cinco crianças terão ficado ainda feridas e foram transportadas para o hospital de Phoenix, no estado norte-americano do Arizona. No entanto, o procurador do estado de Chihuahua referiu, citado pela BBC, que o número total de vítimas não é ainda certo.

Donald Trump culpa cartéis de droga

Os motivos dos ataques permanecem ainda incertos. Porém, há quem acredite que os atacantes, membros de um cartel de droga, poderão ter confundido as identidades das vítimas.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, já reagiu, afirmando numa publicação no Twitter que uma “família e amigos maravilhosos de Utah” foram “apanhados entre dois cartéis de droga violentos que disparavam um contra o outro”. Segundo Trump, algumas pessoas continuam ainda desaparecidas.

O Presidente dos EUA mostrou-se ainda disponível para ajudar o México a “fazer desaparecer estes monstros” e a combater o crime organizado e o tráfico de droga: “Os cartéis tornaram-se tão grandes e poderosos que será preciso um exército para derrotar outro”, escreveu. Segundo a CNN, o FBI também se ofereceu para ajudar as autoridades mexicanas a investigarem o caso.

Por outro lado, Julian LeBaron​ afirmou à Reuters que, embora se desconheçam ainda os motivos e a identidade dos atacantes, a família tinha já recebido ameaças indirectas e tinha sido alvo de ataques no passado.

Já o Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, agradeceu, numa publicação no Twitter, a “disponibilidade” dos EUA e informou que o Governo do México está a actuar “para fazer justiça”. Os estados de Chihuahua e Sonora informaram também, em comunicado conjunto, que foi aberta uma investigação e que várias forças de segurança foram mobilizadas para o local.

Segundo a BBC, o estado de Sonora, no Norte do México, é um território disputado por dois cartéis rivais: La Línea (com ligações ao cartel de Juárez) e Los Chapos (com ligações ao cartel de Sinaloa). No mês passado, membros do cartel de Sinaloa abriram fogo na cidade de Culiacán e obrigaram a polícia mexicana a libertar Ovidio Guzmán, um dos filhos do barão da droga Joaquim “El Chapo” Guzmán.

A comunidade mórmon, a que pertence a família LeBaron​, estabeleceu-se naquela região na década de 40. Vários membros desta comunidade possuem cidadania norte-americana e mexicana.

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