Lira turca desliza depois de operação militar e ameaça de sanções

Senador republicano Lindsey Graham diz que Erdogan pagará “um preço elevado” pelo ataque no Nordeste sírio.

Foto
O FMI prevê um crescimento de 0,25% para a Turquia em 2019 Reuters/Murad Sezer

O senador republicano Lindsey Graham, um dos mais próximos do Presidente norte-americano, abriu a porta à imposição de “sanções devastadoras” à Turquia ainda antes de Ancara lançar a ofensiva no Nordeste da Síria contra os curdos das Forças Democráticas Sírias e, nesta quarta-feira, com o início dos bombardeamentos, voltou a deixar um aviso à Turquia.

Graham, que em discordância com Donald Trump considerou o recuo das tropas norte-americanas no Nordeste sírio “um desastre anunciado”, veio reafirmar nesta quarta-feira que não deixará de lutar para que o Congresso faça “Erdogan pagar um preço elevado” pelo ataque.

“Não daremos um cartão verde à Turquia no Congresso e não vamos abandonar os curdos. Se o Presidente o fizer, nós não [o faremos]”, afirmou Graham nesta quarta-feira numa entrevista à Fox News citada pela Reuters, quando o Presidente Donald Trump já tinha ameaçado destruir a economia da Turquia se Erdogan excedesse “os limites” na intervenção na Síria.

Depois de Ancara iniciar a ofensiva no Nordeste da Síria, a cotação da lira turca recuou nesta quarta-feira 0,5% em relação ao dólar norte-americano. Um dólar norte-americano equivalia a 5,87 liras turcas. No caso da moeda única da zona euro, são precisas 6,4398 liras para comprar um euro, um pouco menos do que o valor de há um ano (7,02 liras/euro).

Perante a decisão da Casa Branca de ordenar um recuo das tropas norte-americanas e permitir o avanço dos soldados turcos, o sector financeiro turco reagiu nos últimos dias. À Reuters, os investidores disseram que os bancos públicos turcos estão a vender divisas norte-americanas desde o início da semana para que a cotação da lira se mantenha próxima do patamar de 5,85.

A moeda turca tem registado variações em sentidos distintos nos últimos dias. À mesma agência, um analista estimava que os bancos venderam cerca de mil milhões de dólares para ajudar a suportar a lira.

<_o3a_p>Com a economia numa situação débil, o FMI chegou a prever uma recessão de 2,5% para este ano mas em Setembro reviu a sua previsão apontando agora para um crescimento anual de 0,25%, apesar de estar ainda a sentir os efeitos da recessão do ano passado. A economia, diz o FMI, “recuperou, ajudada pela política de estímulos e condições de mercado favoráveis” depois da depreciação acentuada da lira e da recessão.​<_o3a_p>

Sugerir correcção
Comentar