Richard Gere pode levar os refugiados para Hollywood, propõe vice-primeiro-ministro italiano

O actor Richard Gere embarcou no navio Open Arms e exortou ao Executivo italiano para parar de “demonizar as pessoas”. A resposta não se fez esperar: o vice-primeiro-ministro do país, Matteo Salvini, considerou que a estrela pode levar toda a gente para Hollywood.

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Richard Gere em conferência de imprensa na ilha italiana de Lampedusa Guglielmo Mangiapane / Reuters
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O vice-primeiro-ministro e ministro do Interior de Itália, Matteo Salvini, não acolheu da melhor forma nem a visita nem as declarações do actor norte-americano Richard Gere, que, no fim da última semana, subiu a bordo do navio Open Arms para se solidarizar com os refugiados resgatados na semana anterior.

Numa conferência de imprensa, na ilha de Lampedusa, Gere comparou a situação italiana com as políticas assumidas pela Administração Trump. “Temos, [nos Estados Unidos], os nossos problemas com refugiados vindos das Honduras, Salvador, Nicarágua, México... É muito parecido com o que se está a passar por aqui”, disse, citado pela Reuters, acusando os políticos de ambos os países de demonizarem os migrantes. E concluiu: “Isto tem de acabar em qualquer parte do planeta já. E acabará se dissermos para acabar”.

Mas, se do lado das organizações que se dedicam a resgatar migrantes no Mediterrâneo a visita funcionou como um bálsamo, por parte do Governo de Itália a reacção foi rápida e cortante: "Estamos gratos por este generoso milionário estar a dar voz às preocupações com o destino dos migrantes do Open Arms. Ele pode levar para Hollywood, no seu avião particular, todas as pessoas a bordo e apoiá-las em sua casa. Obrigado, Richard!”, escreveu o vice-​primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, num comunicado, divulgado pela mesma agência.

No Mediterrâneo, estarão 160 pessoas a aguardarem autorização para desembarcar - aos 121 migrantes que estavam a bordo do Open Arms aquando a visita de Gere, juntam-se outros 39 resgatados, no sábado, a pedido das autoridades maltesas. Itália mantém, porém, a posição de não receber nem mais uma pessoa resgatada ao mar enquanto não houver um acordo para a distribuição dos migrantes pelos vários países europeus. Além do mais, na semana passada, Salvini conseguiu aprovar no parlamento um pacote de sanções mais severas contra os navios que resgatam pessoas ao Mediterrâneo, tentando introduzi-las no país.

Já Malta, cujas autoridades pediram auxílio do navio catalão para salvar as 39 pessoas, diz estar preparada para receber este grupo, mas não os 121 que já lá se encontravam. A organização recusou a oferta, alegando que isso iria criar uma enorme tensão a bordo, comprometendo a segurança de todos.

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