Catarina Martins quer BE a conquistar “maiorias sociais”

Jovens do BE reunidos no acampamento anual foram surpreendidos pelo fogo. A líder do partido agradece o trabalho dos bombeiros e pede mudanças estruturais no ordenamento do território.

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Catarina Martins perante os jovens do BE LUSA/PAULO CUNHA

À medida que vão saindo sondagens que dão o BE a subir e o PS ainda sem ter a certeza que consegue uma maioria absoluta, os partidos vão usando alguns sinónimos para pedir o voto. Este domingo, Catarina Martins disse esperar que o Bloco de Esquerda “possa conquistar maiorias sociais em nome de um país com mais igualdade, mais justo”, contrapondo assim aos pedidos de maioria absoluta que se vão ouvindo, mesmo que indirectamente, por parte de socialistas.

Em respostas aos jornalistas, a coordenadora bloquista lembrou a importância para a democracia que foi o resultado das eleições de 2015 e como a partir daí os portugueses perceberam que o voto pode servir para constituir maiorias de Governo nunca pondo de parte a possibilidade de um acordo com o PS.

“Veremos os programas, a disputa e a relação de forças que sair das eleições de 2019”, disse. “Em 2015 queriam fazer acreditar que os portugueses tinham de escolher entre o mau e o menos mau. Depois de 2015, mais de um milhão de pessoas votou à esquerda do PS” e isso permite uma mudança. “Nas eleições votamos nos programas e nas pessoas em quem confiamos e depois constituem-se as maiorias”, referiu.

Catarina Martins falava no encerramento dos trabalhos do acampamento do BE, no parque de campismo de Martinchel, no concelho de Abrantes, paredes meias com a barragem que abastece Lisboa, Castelo de Bode. O incêndio, que lavrou com muita intensidade no sábado, e que chegou a mobilizar mais de 500 combatentes e 11 meios aéreos, chegou a passar o rio e a assustar quem estava no acampamento. Mas tudo acabou por correu pelo melhor.

Tomás Marques, da organização do acampamento, contou ao PÚBLICO que deram o alarme à Protecção Civil, mas que rapidamente chegou “um helicóptero”. “O mais crítico foi quando esteve aqui perto, subiu a encosta e passou à entrada do parque” onde os jovens estão acampados. Como o vento não virou, acabou por não entrar no do acampamento.

“Juntámos toda a gente, fizemos a contagem e arrumámos tudo. Preparámo-nos para o caso de ser preciso sair”, mas tudo passou com a mudança de rumo do vento. “A Protecção Civil sugeriu que ficássemos no parque que era mais seguro”, conta Tomás Marques.

Catarina Martins agradeceu o trabalho dos bombeiros, Protecção Civil e GNR, mas aproveitou para lembrar que “não chega ficarmos comovidos com os incêndios no Verão e agradecermos o extraordinário e corajoso trabalho dos bombeiros e da Protecção Civil”. É preciso, disse “fazer mudanças estruturais” e essas, quer a líder do BE, devem ser a marca dos próximos quatro anos. “A próxima legislatura tem de ser uma legislatura em que as alterações do território sejam efectivas”, defendeu.

O que Catarina Martins também quer ver de modo efectivo é a resposta do Governo ao parecer pedido à Procuradoria-Geral da República sobre se é ou não ilegal negócios de titulares de cargos políticos com entidades públicas, mesmo que estas não estejam ligadas ao político. “Se dissesse que estava absolutamente sossegada ninguém acreditaria. Registo que o primeiro-ministro decidiu pedir um parecer e registo que há casos muitos diferentes entre si, uns serão um problema, outros não. Espero que o Governo actue de forma consequente em relação a esse parecer”, defendeu.

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