Exame de Português: as dificuldades na gramática e a ausência d’Os Maias

Alguns dos estudantes da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, preferiam que tivessem saído questões sobre os Maias. Outros, falam nas dificuldades que têm na gramática. Saiba as opiniões dos alunos que realizaram esta terça-feira a prova de Português.

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Daniel Rocha

No segundo dia de exames foi a vez de 72.910 alunos do 12.º ano realizarem a prova de Português. O PÚBLICO esteve na Escola Secundária Luís de Camões e realizou um inquérito à saída do exame:

1. Como correu o exame?

2. Correspondeu à matéria leccionada nas aulas?

3. O que gostavas que tivesse saído que não saiu?

4. Qual foi a pergunta ou tópico que correu pior?

Tiago Tomás, 20 anos, Línguas e Humanidades

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1. Pensei que fosse correr muito pior. Correu bem, com tudo aquilo que tinha estudado. Pensava que ia sair outra matéria, mas fiquei contente por ter saído o Sermão aos Peixes. Não gostei muito do poema do Fernando Pessoa, acho que foi demasiado complexo, mas com todo o estudo que houve neste 12.º ano, acho que correu bem.

2. Não. Baseou-se apenas naquilo que eu estudei, só.

3. Se calhar Cesário Verde. Gostava bastante que saísse, porque é um poeta que me faz desenvolver muito as minhas capacidades e é um dos meus poetas favoritos. Portanto, fiquei triste por não ter saído.

4. Foi a parte C. Era para escolher entre o Memorial do Convento, que não demos este ano, ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, que toda a gente sabe que é uma obra bastante complexa e difícil, portanto, deixei por fazer.

Joana Carmo, 19 anos, Línguas e Humanidades

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1. Correu bem. Não foi o melhor exame que eu já fiz, mas correu melhor do que estava à espera.

2. Sim.

3. Por acaso, até saiu o que eu preferia que tivesse saído. Gostava mais que tivesse saído a Mensagem, em vez de O Ano da Morte de Ricardo Reis, na parte C. Mas de resto, até gostei do que saiu.

4. O poema de Fernando Pessoa. A pergunta dois da parte A. Não consegui fazer, porque não compreendi mesmo o que eles estavam a pedir do poema. Nem sequer houve aquela coisa de achar que conseguia inventar um bocadinho. Não percebi mesmo o que a pergunta pedia.

Rodrigo Tomé, 18 anos, Ciências e Tecnologias

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1. Sim, até correu benzito.

2. Sim.

3. Um dos heterónimos, do Alberto Caeiro, que era o que eu sabia melhor.

4. Talvez… Nem sei, foi mais na gramática, se calhar. Não estudei tanto aquele tópico da gramática.

João Rocha, 17 anos, Ciências e Tecnologias

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1. Correu de acordo com as expectativas, agora depende do resultado. Porque correr é uma coisa, agora o resultado final é o que importa.

2. Sim, sim, sim. Tudo aquilo que saiu, pelo menos dei. Agora, se estudei aquilo que devia ou não, isso já não sei, só sei depois com o resultado.

3. Não saíram Os Maias, que foi uma das coisas que tinha estudado. Mas pronto, no fundo foi só isso.

4. Provavelmente Fernando Pessoa.

Inês Ferreira, 17 anos, Economia

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1. Correu bem, acho que foi mais fácil que os dos outros anos.

2. Sim, correspondeu.

3. Acho que saiu tudo o que eu gostava que saísse.

4. O texto que era para falar sobre José Saramago e O Ano da Morte de Ricardo Reis não correu muito bem, mas acho que era fácil, mais ou menos.

Joana Franco, 17 anos, Ciências e Tecnologias

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1. É uma boa pergunta. Não faço ideia. Não correu bem, não correu mal, portanto, não sei.

2. Sim, dos três anos sim.

3. Não sei se não preferia que tivessem saído Os Maias, e não saiu.

4. Mais na questão da gramática em si, mas eu sou mesmo má a gramática.

Mariana Castro, 18 anos, Línguas e Humanidades

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1. Correu bem, acho que foi acessível. Comparado com o ano passado não houve aquele drama todo, de coisas que mudaram. Foi fiel ao do ano passado, portanto, acho que foi acessível a toda a gente.

2. Sim, completamente.

3. Os Maias, em vez do sermão de Santo António.

4. Não, acho que não… Só se calhar na parte da gramática, dos recursos expressivos. Mas foi só uma confusão, nada por aí além.

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