Parlamento israelita dá primeiro passo para possíveis novas eleições

O prazo para Benjamin Netanyahu formar um Governo acaba esta quarta-feira, e até agora está longe de conseguir um acordo com Avigdor Lieberman.

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Benjamin Netanyahu não conseguiu convencer ainda Avigdor Lieberman a juntar-se a uma coligação chefiada por si RONEN ZVULUN/Reuters

O Parlamento israelita começou nesta segunda-feira o processo da sua dissolução, o que pode levar a eleições antecipadas enquanto o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, cujo bloco de direita ficou mais bem posicionado para formar governo depois das eleições de Abril, não consegue chegar a acordo com todos os aliados para uma coligação maioritária.

No entanto, este é mesmo apenas o primeiro passo: seguem-se mais três votações para que tenha mesmo de haver novas eleições.

O actual obstáculo a impedir um novo governo liderado por Netanyahu (seria o quinto) é o seu antigo ministro da Defesa, Avidgor Lieberman, e a diferença de opinião entre este e os partidos religiosos (o Judaísmo Unido da Torah) em relação a uma lei sobre a excepção do serviço militar obrigatório para os ultra-ortodoxos (os primeiros defendem o fim da excepção do serviço militar para os que estudam a Torah, os segundos a sua continuação).

Mas não é só isso, como explica Anshel Pfeffer no Ha’aretz; Lieberman está a apostar num fim mais cedo, e não mais tarde, da carreira política de Netanyahu. Outros já o fizeram com resultados desastrosos: Naftali Bennet e Aylet Shaked, que saíram da coligação e formaram um novo partido que queriam alargado a religiosos e seculares para herdar o trono da direita ocupado pelo “rei Bibi”, nem conseguiram entrar no Parlamento (Knesset).

A principal razão é a ameaça das acusações por corrupção que estão na calha, mesmo que o Governo aprove leis para tentar proteger o primeiro-ministro.

No Ha’aretz, Pfeffer dizia que há três hipóteses para o fim deste impasse:

  • A primeira é considerada improvável, mas possível: que Lieberman acabe por decidir aproveitar para conseguir o máximo de cedências de Netanyahu.
  • A segunda é que o Knesset complete o processo de dissolução e abra caminho a novas eleições. Esta é a hipótese menos má para Netanyahu, já que rouba ao campo adversário, liderado pelo antigo chefe do Exército Benny Gantz, a hipótese de tentar formar um Governo.
  • A terceira é uma dupla derrota para Netnayhu – nem consegue formar Governo nem consegue novas eleições; e abrem-se mais possibilidades para coligações, lideradas por alguém que não Netanyahu.

A incógnita será resolvida no máximo na quarta-feira, dia em que acaba o prazo para que o primeiro político mais apto a ter uma maioria apresentar uma coligação.

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