Misericórdia e Santa Maria Maior lideram queda no alojamento local em Lisboa

No primeiro trimestre de 2019, os novos registos de alojamento local caíram 82% e 92% nas duas freguesias do centro de Lisboa, onde estão localizadas zonas de suspensão.

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ASsociaçã oque representa o secotr do alojamento local reconhece que está a haver um ajustamento entre a oferta e a procura em Lisboa Nuno Ferreira Santos

Os novos registos de alojamento local em Lisboa caíram 57% entre o primeiro trimestre de 2018 e o de 2019, alcançando o número mais baixo desde o primeiro trimestre de 2015, mas foi nas freguesias de Misericórdia e de Santa Maria Maior que a queda teve maior expressão com recuos de 92% e de 82%, respectivamente.

Os dados são da Associação do Alojamento Local em Portugal (Alep) que atribui esta queda superior à média nacional a “factores pontuais” como a “antecipação dos registos devido ao pico registado na fase da mediatização das suspensões” em algumas freguesias de Lisboa, em simultâneo com a redução da procura.

O número de novos registos caiu na maioria das freguesias da capital, tendo adquirido uma expressão mais significativa naquelas onde estão incluídas as zonas de suspensão definidas pela autarquia lisboeta, proibindo novos registos de estabelecimentos de alojamento local. É o caso da Misericórdia, onde os novos registos recuaram 92%, e que tem parte do seu território na zona de suspensão Bairro Alto/Madragoa.

Também a freguesia de Santa Maria Maior, que viu o número de novos alojamentos cair 82%, faz parte da zona de suspensão determinada para os bairros do Castelo/Alfama/Mouraria, assim como a freguesia de São Vicente, onde os novos registos recuaram quase 65%.

Apenas nas freguesias de Penha de França (30,8%) e Belém (15%) se registou um aumento de novos registos.

Olhando para a totalidade da cidade de Lisboa, no primeiro trimestre de 2018, foram registados 1123 alojamentos locais na cidade, número que caiu para 478 no início de 2019 - um recuo de 57%.

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Também no Porto se assistiu a uma redução do número de novos registos, embora menos expressivo do que em Lisboa. Na comparação com o período homólogo, o número de registos recuou cerca de 43% no primeiro trimestre deste ano, passando de 586 para 335.

No conjunto do país, a Alep dá conta de uma queda de 5518 para 3283 registos, traduzindo-se numa redução de 40,5%. A associação considera esta evolução “um sinal de maturidade do mercado” e um “ajuste que era esperado onde o crescimento da oferta está mais em sintonia com a procura”.

“Era previsível que o crescimento de alojamentos não pudesse estar sempre muito acima do aumento do número de turistas. É este ajuste que está a acontecer e é uma auto-regulação saudável do mercado”, refere numa nota.

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