Airbnb volta a permitir anúncios a alojamentos israelitas na Cisjordânia

Lucros serão entregues a organizações de ajuda humanitária.

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Um colonato israelita na Cisjordânia Reuters/Ammar Awad

O Airbnb reverteu decisão que tinha tomado há seis meses e voltou a permitir anúncios de alojamentos feitos por colonos israelitas na Cisjordânia. Mas os lucros serão doados a organizações de ajuda humanitária, numa regra que se estenderá a outras regiões disputadas e que com a qual empresa americana procura manter-se à margem de conflitos territoriais.

Em Novembro, a plataforma – que permite a qualquer pessoa alugar casas ou quartos para alojamento turístico e que rivaliza com a indústria hoteleira – tinha anunciado que ia deixar de permitir anúncios a alojamentos nos colonatos judaicos na Cisjordânia ocupada, que são considerados ilegais pela comunidade internacional. A decisão causou protestos e queixas na justiça, tanto em Israel, como nos EUA.

Agora, a empresa anunciou que chegou a acordos naqueles processos e que vai permitir os anúncios: “Sob as condições do acordo, o Airbnb não levará para a frente a intenção de implementar a remoção dos anúncios na Cisjordânia. Compreendemos a complexidade do assunto que estava em causa no nosso anúncio anterior, e vamos continuar a permitir anúncios em toda a Cisjordânia, mas o Airbnb não ficará com quaisquer lucros da actividade na região.”

Os proveitos, explicou a empresa, serão entregues a “organizações não-governamentais dedicadas à ajuda humanitária que servem pessoas em diferentes partes do mundo”.

O anúncio surge na mesma altura em que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, conseguiu uma coligação que lhe permitirá manter-se no poder, após umas eleições renhidas, nas quais o seu partido obteve os mesmos deputados que o principal partido da oposição. Uma das promessas eleitorais de Netanyahu em vésperas da ida às urnas foi a extensão da soberania israelita aos colonatos na Cisjordânia.

O Airbnb decidiu também aplicar a solução de permitir anúncios mas prescindir dos lucros às regiões da Ossétia do Sul e da Abecásia, duas regiões separatistas da Geórgia.

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