PS contra exoneração do governador do Banco de Portugal

Carlos César diz que a prioridade é o esclarecimento, em comissão de inquérito parlamentar aos créditos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos.

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Carlos César Nuno Ferreira Santos

O PS defendeu nesta terça-feira que a prioridade é o esclarecimento, em comissão de inquérito parlamentar, das responsabilidades nos créditos concedidos pela Caixa e não, para já, a questão da eventual demissão do governador do Banco de Portugal.

Esta posição foi transmitida à agência Lusa pelo presidente do Grupo Parlamentar do PS, Carlos César, depois de confrontado com a exigência feita pelo Bloco de Esquerda de demissão de Carlos Costa do cargo de governador do Banco de Portugal.

"A nossa preocupação essencial é que, no âmbito da comissão parlamentar de Inquérito nomeada pela Assembleia da República, indagar todas as responsabilidades e esclarecer todo o processo que conduziu a Caixa Geral de Depósitos (CGD) à situação difícil que atravessou em função de créditos indevidamente ou imponderadamente concedidos. É essa a nossa prioridade e é isso que estamos de momento concentrados", declarou.

No mesmo sentido, esta manhã, em declarações na TSF, o vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia classificou como "precipitado" o pedido de demissão do governador do Banco de Portugal.

Carlos César foi também questionado pela agência Lusa sobre a proposta da líder do CDS-PP, Assunção Cristas, no sentido de que o governador do Banco de Portugal passe a ser nomeado pelo Presidente da República sob proposta do Governo, com audição obrigatória na Assembleia da República - uma mudança no processo de nomeação que requer revisão constitucional.
"Também não creio que isso esteja em prioridade na nossa agenda", respondeu o presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Em 2015, antes de Carlos Costa ter sido reconduzido nas atuais funções pelo executivo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, o secretário-geral do PS, António Costa, propôs que o governador do Banco de Portugal fosse nomeado pelo chefe de Estado, sob proposta do Governo e com audição obrigatória no parlamento.

Desta proposta, foi apenas aprovada a audição obrigatória no governador do Banco de Portugal na Assembleia da República antes da sua nomeação formal pelo Governo.