Fesap insiste que aumentos salariais não podem impedir progressão na carreira

Federação de sindicatos ligada à UGT junta-se à CGTP, no dia 15 de Fevereiro, para uma greve na função pública.

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A UGT e a CGTP têm feito acções comuns na área da educação e a 15 de Fevereiro voltam a juntar-se numa greve da função pública Nuno Ferreira Santos

A Federação de Sindicatos de Administração Pública (Fesap) exigiu nesta quarta-feira que o Governo encontre uma solução para salvaguardar os pontos da avaliação de desempenho dos trabalhadores cuja remuneração base vai aumentar para os 635 euros.

Para esta estrutura sindical (do universo da UGT) subsistem dúvidas de que os funcionários públicos abrangidos pela subida de 580 euros para 635 euros não perdem os pontos que têm e que são relevantes para futuras progressões na carreira. Por isso, quer ver esta questão salvaguardada na lei que vai fixar a nova remuneração base da função pública.

Em comunicado, a Fesap exige que "essa questão fique desde já salvaguardada, quer seja através do articulado do próprio Decreto-lei, quer seja através de outro qualquer expediente normativo oficial, deixando claro que os trabalhadores que têm dez pontos não os perderão e que estes serão utilizados para fins de valorização remuneratória, à semelhança do que tem acontecido sempre que se verifica o aumento da retribuição mínima".

As dúvidas que se mantêm em torno desta questão, após várias reuniões entre os sindicatos e o Ministério das Finanças, e a decisão do Governo em manter sem aumento salarial a generalidade dos funcionários públicos estão na origem do pré-aviso de greve que a Fesap, liderada por José Abraão, vai emitir e que poderá ir além da já anunciada paralisação no dia 15 de Fevereiro.

"A Fesap e os trabalhadores não podem aceitar que o Governo mantenha uma política salarial que insiste em aproximar o salário médio do salário mínimo, desvalorizando por completo as carreiras de assistente técnico (que iniciam a carreira na quinta posição da Tabela Remuneratória Única com 683 euros) e de técnico superior (com início na décima primeira posição, a que equivalem 995 euros)", precisa o comunicado.

A Frente Comum (afecta à CGTP) já tinha marcado uma greve da função pública para o dia 15 de Fevereiro.

Se o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) emitir um pré-aviso para a mesma data, esta será a segunda greve geral da função pública desde que o actual Governo está em funções.

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