Há menos portugueses a exportar para o Brasil

Em 2017, houve uma recuperação, mas há hoje menos 215 empresas lusas do que há cinco anos a vender para o Brasil. Bolsonaro promete "facilitar comércio internacional".

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Ramo alimentar é o sector onde houve o crescmento mais significativo em termos nominais REUTERS/Sergio Moraes/Arquivo

O Brasil é um destino apetecível para as empresas portuguesas, dada a dimensão do seu mercado interno (mais de 200 milhões de habitantes), mas fazer negócios com um país que é altamente proteccionista não tem sido fácil. E os números oficiais mostram que muitas ficaram pelo caminho nos últimos cinco anos. Em termos de saldo, a balança comercial de bens de Portugal com Brasil manteve-se sempre negativa: em 2017 foi de -275,6 milhões de euros.

Segundo dados oficiais obtidos pelo PÚBLICO junto da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o número de empresas portuguesas exportadoras de bens para aquele mercado caiu 12,3% entre 2013 e 2017. Apesar disso, a curva descendente iniciada em 2013, quando havia 1742 a exportar para o Brasil, mudou de tendência no ano transacto, quando o número passou de 1452 (2016) para 1527 em 2017 (dados provisórios).

Por sectores, o ramo alimentar foi o único a registar um aumento nominal significativo (+62 empresas) no período 2013-17. Todas as restantes perderam – com destaque para o sector de Máquinas e Aparelhos (-138), Pastas Celulósicas (-47) e Metais Comuns (-75) – ou registaram aumentos reduzidos (Vestuário com mais cinco, Químicos com mais duas empresas exportadoras). 

Em volume de negócios, o Brasil comprou 738,9 milhões de bens a Portugal em 2013 (1,6% das exportações lusas) e 943,9 milhões em 2017 (1,7% das exportações). Mas pelo meio houve uma queda significativa, com 2016 a ter o pior registo (538,6 milhões).

O que podem as empresas esperar da nova administração brasileira? Bolsonaro prometeu "facilitar o comércio internacional", porque "países mais abertos são também mais ricos". Por isso quer reduzir  "muitas das alíquotas de importação e das barreiras não-alfandegárias" e assinar novos acordos bilaterais. 

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