Estado prevê menor financiamento junto das famílias

Primeira emissão de Certificados do Tesouro vence este mês e Estado não está à espera do seu reinvestimento.

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Financiamento do Estado passa menos pelas particulares RG Rui Gaudencio

À semelhança do que já aconteceu este ano, a principal fonte de financiamento líquido do Estado em 2019 vai privilegiar a dívida de médio e longo prazo. A proposta de Orçamento do Estado antecipa um contributo positivo a nível de Obrigações do Tesouro em cerca de 7,1 mil milhões de euros e um aumento do stock de BT em 1,1 mil milhões de euros.

Na componente de financiamento está prevista uma emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), destinadas a particulares, no montante de 1000 milhões de euros, bem como uma nova emissão de uma obrigação Panda (em moeda chinesa).

Ao contrário do observado nos últimos anos, em 2019, os instrumentos de aforro junto das famílias vão reduzir-se, estimando-se um valor de subscrições líquidas negativas de 1000 milhões de euro. Este valor negativo é explicado pelo vencimento dos primeiros Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), estimando-se amortizações de 610 milhões a vencer em 2018 e 2,9 mil milhões de euros em 2019, a que acrescem também amortizações da série C de Certificados de Aforro (cerca de 80 milhões em cada ano). Por outro, “os CTPM que vencem em 2019 beneficiavam de remunerações muito atractivas, pelo que seja por inércia, seja pela busca de outro tipo de aplicações com maior remuneração, uma parte significativa deste montante poderá não ser reinvestida em CA ou CTPC, o que poderá implicar subscrições líquidas negativas destes instrumentos em 2019”, pode ler-se na proposta do OE.

O documento refere ainda que no final de 2018, o saldo da dívida directa do Estado se situe em 247,5 mil milhões de euros (246,8 mil milhões de euros após cobertura de derivados), o que representará um aumento de aproximadamente 9,3 mil milhões em relação ao observado no final de 2017.

Nos últimos anos, o Estado, através do IGCP, a agência que gere a dívida pública, tem vindo a cortar na remuneração dos produtos de captação de poupança das famílias e isso tem-se reflectido na evolução das subscrições e resgates.

Em Outubro do ano passado foi interrompida a subscrição de Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) e arrancaram os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC), com remuneração menos favoráveis.

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