GNR anulou 535 dos 1946 autos de contra-ordenação por falta de limpeza das matas

No âmbito da vigilância das florestas, este ano foram detidas 79 pessoas. Mais 60 do que em 2017.

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Daniel Rocha

A Guarda Nacional Republicana (GNR) anulou 535 dos 1946 autos de contra-ordenação por falta de limpeza dos terrenos florestais, porque os proprietários procederam à limpeza. O anúncio foi feito esta segunda-feira durante a apresentação de resultados das iniciativas sobre prevenção e combate a incêndios, que decorreu em Lisboa

De acordo com o comandante-geral da GNR, Luís Botelho Miguel, foram recebidas este ano 3818 denúncias relacionadas com a defesa da floresta contra incêndios, o que representa já mais de 2000 denúncias em comparação com as 1740 registadas em 2017.

A fiscalização da GNR resultou ainda em processos de contra-ordenação relacionados com queimadas (274) e queima de sobrantes e realização de fogueiras (132), avançou o comandante-geral.

No âmbito da vigilância das florestas, este ano foram detidas 79 pessoas, o que representa mais 60 pessoas detidas em comparação com 2017.

No âmbito da defesa da floresta contra incêndios, até Junho deste ano, foram identificadas 680 pessoas, registadas 6108 ocorrências, 3053 crimes e 3941 contra-ordenações, com a participação de 20.769 patrulhas, indicou Luís Botelho Miguel.

O comandante-geral da GNR destacou o alargamento do ataque inicial a todo o território nacional e a reposição da capacidade das companhias do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS), designadamente o recrutamento interno de 482 militares, passando a um total de 1061 militares, o processo de recepção de 41 viaturas ligeiras de combate a incêndios com kit, a aquisição de 17 rádios de banda aérea e a distribuição de um equipamento de protecção individual por cada militar de ataque inicial.

No reforço da capacidade de protecção da natureza e ambiente, a GNR procedeu ao recrutamento interno de 100 militares, dispondo agora de aproximadamente 750 militares.

O responsável da GNR avançou que os próximos passos são o reforço do efectivo em 200 guardas florestais, a aquisição de fardamento para guardas florestais, a formação dos militares em coordenação aérea, a recepção do restante equipamento para protecção e socorro até Setembro deste ano e a recepção de mais 55 viaturas.

Em termos de dimensionamento do sistema e recursos, Luís Botelho Miguel afirmou que houve um aumento de recursos humanos e de meios terrestres este ano comparativamente aos que existiam em 2017.

Na sessão de apresentação dos resultados das iniciativas sobre prevenção e combate a incêndios, que contou com a participação do primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Infra-estruturas de Portugal (IP), António Laranjo, realçou também o trabalho realizado pela empresa pública em termos de faixas de gestão de combustível na rede rodoviária e ferroviária.

"Actualmente, temos mais de 1000 quilómetros já executados — em pouco mais de um mês de efectiva atividade —" em termos de faixas de gestão de combustível na rede rodoviária nacional, indicou o presidente da IP, indicando que a empresa tem que assegurar a limpeza de cerca de 6400 quilómetros.

A IP definiu como objectivo para 2018 intervir em 12.800 hectares da rede rodoviária, com um investimento de 19 milhões de euros, e intervir em 2500 hectares da rede ferroviária, com um investimento de 9,2 milhões de euros.

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