Surto de Ébola no Congo está "amplamente contido", diz OMS

Ao todo, 28 pessoas morreram devido à doença.

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Este foi o primeiro surto no qual foi utilizado a vacinação em anel Reuters/STRINGER

O surto do Ébola, que tem vindo a assolar a República Democrática do Congo desde Abril, está “amplamente contido", segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A instituição garante ainda que não há registos de novos casos desde a morte do último doente que se encontrava infectado com o vírus, a 9 de Junho. “Mais de um mês desde o início da resposta, o vírus está amplamente contido”, pode ler-se no comunicado da OMS. O surto foi confirmado pelo Ministério da Saúde congolês, em Maio, depois de ter registado 32 casos suspeitos de infecção com o ébola. Já morreram 28 pessoas com a doença.

Contudo, os membros do corpo médico das Nações Unidas preferem avaliar o panorama actual da situação com um “optimismo cuidadoso”, tendo em conta a dificuldade em rastrear pessoas que possam ter estado em contacto com o vírus em zonas isoladas do país. Os primeiros casos confirmados de infecção surgiram na povoação de Bikoro, uma zona remota localizada no Noroeste do país, perto do rio Congo. Esta proximidade geográfica assustou as autoridades congolesas, temendo que, através do rio, o vírus fosse transportado para cidades vizinhas ou até mesmo para a capital — Kinshasa, cidade com mais de dez milhões de habitantes.

A OMS elaborou um plano de resposta para combater a propagação do Ébola, tentando agir o mais rapidamente possível, depois de ter sido acusada de responder tardiamente ao surto de ébola que começou na região ocidental de África em 2013 e se prolongou até 2016, matando cerca de 11.300 pessoas.

O novo surto é o nono no país, mas foi o primeiro no qual foi utilizado a “vacinação em anel”, uma medida de prevenção que visa conter a propagação do vírus, vacinando todos as pessoas que tenham entrado em contacto com possíveis ou confirmados casos de Ébola. Estes indivíduos são seguidos por equipas médicas durante 21 dias, tempo correspondente ao período máximo de incubação da doença. Se não surgirem novos casos, os últimos 13 "contactos" cessarão o acompanhamento médico no dia 27 de Junho de 2018. Segundo o relatório da OMS, o risco de existirem portadores do vírus que ainda não se encontrem identificados “é muito baixo”.

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