Costa valoriza contribuição da diáspora qualificada para economia portuguesa

O primeiro-ministro considerou que muitos cidadãos pertencentes a uma “geração altamente qualificada” saíram de Portugal numa altura em que o mercado de trabalho não os conseguia absorver.

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A visita de Costa a Londres começou nesta terça-feira Reuters/HANNAH MCKAY

A contribuição da diáspora portuguesa para a economia do país foi valorizada em Londres pelo primeiro-ministro, António Costa, nesta terça-feira. Porém, o primeiro-ministro elegeu como prioridade empregar a mão-de-obra qualificada que está actualmente em Portugal. Numa intervenção num jantar do Centro Português de Estudos — um grupo de profissionais portugueses sobretudo ligados ao sector da finança em Londres —, onde falou da oportunidade oferecida pelo “Brexit” para atrair investimento para Portugal, Costa falou na "rede absolutamente extraordinária" que representam os cinco milhões de portugueses e luso-descendentes pelo mundo.

"É não só uma rede de conhecimento dos mercados importante para as nossas exportações, como são prescritores de investimento em Portugal e muitos são empresários ou gestores de grandes empresas que podem tomar decisões que são relevantes para o país", referiu o primeiro-ministro.

Todavia, também reconheceu que uma parte desta diáspora saiu de Portugal durante um período em que o ritmo ao qual foi formada uma "nova geração altamente qualificada" não foi acompanhado pelo desenvolvimento do tecido empresarial no sentido de absorver esses profissionais.

"O grande esforço, que é prioritário fazer nos próximos anos, é fazer o encontro entre a enorme disponibilidade de recursos humanos que o país hoje tem e a procura de recursos humanos que o tecido empresarial está a fazer", acrescentou.

Costa saudou o investimento de muitas empresas estrangeiras em Portugal, incluindo britânicas, atraídas pela qualidade dos recursos humanos existentes em Portugal.

Aos que saíram do país, reiterou a abertura para o seu regresso a Portugal, mas avisou que poderão não encontrar as mesmas condições a nível profissional. "É evidente que há uma enorme disparidade entre aquilo que é o nível remuneratório que é praticado em Portugal e o praticado noutros locais. Mas o nível de vida é também significativamente diferente em Portugal do que é, por exemplo, aqui em Londres", comentou.

O evento foi o último do primeiro de dois dias de visita oficial a Londres, que começou terça-feira com um encontro em Downing Street com a homóloga britânica, Theresa May, seguido por um encontro com a comunidade portuguesa na residência do embaixador de Portugal no Reino Unido, Manuel Lobo Antunes.

Nesta quarta-feira, a agenda será dominada pela economia, começando com um pequeno-almoço com potenciais investidores, seguido pela participação no fórum de negócios "Portugal/Reino Unido", organizado pela AICEP e pela Portugal In, em parceria com a Bloomberg, à qual Costa vai dar uma entrevista. Na parte da tarde está prevista uma reunião com o príncipe André, antigo representante especial para o Comércio e Investimento Internacional, e a intervenção numa conferência económica sobre negócios entre Portugal e a Índia.

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