Mueller quer interrogar o homem que ia ser embaixador de Trump na UE

Ted Malloch, aliado do britânico Nigel Farage e de quem se falou como a escolha de Donald Trump para embaixador dos EUA na União Europeia, vai prestar declarações ao procurador que inevstiga a interferência russa nas eleições norte-americanas.

Foto

Ted Malloch, aliado do britânico Nigel Farage e de quem se falou como a escolha de Donald Trump para embaixador norte-americano na União Europeia, foi detido na quarta-feira no aeroporto de Boston pelo FBI e irá prestar declarações a Robert Mueller, o procurador especial responsável pela investigação ao possível conluio entre a campanha de Trump e o Kremlin nas eleições presidenciais dos EUA de 2016.

Numa declaração ao Guardian, Malloch explica que o FBI o questionou sobre a sua relação com Roger Stone, um consultor político republicano, e se visitou a embaixada do Equador em Londres, onde Julian Assange, fundador do Wikileaks, se encontra exilado há seis anos.

Stone, que é aliado do Presidente norte-americano, já admitiu que comunicou com Assange através de um intermediário. Mais tarde alegou que a intermediação foi feita pelo jornalista Randy Credico, mas este negou a afirmação, segundo relata o Guardian.

Malloch, um empresário entusiasta do “Brexit”, é também próximo de Nigel Farage, antigo líder do UKIP, e que foi uma das principais figuras da campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, já depois de ter sido libertado pelo FBI, Malloch explicou que o seu papel na campanha de Donald Trump foi “informal” e sem ser renumerado, negando ainda qualquer visita à embaixada equatoriana em Londres, contactos com Assange e ligações com Stone. Além disso, revela que as autoridades lhe confiscaram« o telemóvel.

Quando, no ano passado, o seu nome foi avançado como hipótese para embaixador dos EUA na União Europeia, os principais partidos do Parlamento Europeu insurgiram-se contra essa possibilidade.

Os eurodeputados, que tomaram uma iniciativa inédita de escreverem à Comissão Europeia e ao Conselho Europeu para que o nome de Malloch fosse rejeitado, descreveram-no na altura como alguém “hostil e com más intenções”

“Já tive um posto diplomático, em que ajudei a derrubar a União Soviética. Talvez haja outra união que precise de ser algo domesticada”, afirmou Malloch numa entrevista na BBC por esta altura.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários